Fisioterapeuta recorda ataque a Alcochete: «O Bas Dost vinha com a cabeça em sangue»

A sessão desta quinta-feira, 19 de dezembro, conta com os testemunhos dos fisioterapeutas Gonçalo Álvaro e Ludovico Marques e dos jogadores Battaglia e Acuña.

Fisioterapeuta recorda ataque a Alcochete: «O Bas Dost vinha com a cabeça em sangue»

A 15ª sessão do julgamento do ataque à Academia de Alcochete – a 15 de maio – teve início pelas 10h00, com o testemunho do coordenador de fisioterapia do Sporting, na altura da invasão, Gonçalo Álvaro.

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O fisioterapeuta recorda os primeiros momentos em que viu os invasores e o estado de Bas Dost. «Fiz o corredor, passei a segunda porta de vidro e quando estou a chegar vejo um homem a acender uma tocha, a atirá-la para dentro do balneário e a fugir», conta. Bas Dost vinha acompanhado do secretário técnico e «com a cabeça em sangue», recorda o fisioterapeuta.

«Vi os jogadores todos em pânico, alguns elementos da equipa médica e tudo destruído. Tetos falsos destruídos, pertences das pessoas pelo chão, caixotes virados», relata.

À semelhança de outros testemunhos, também o fisioterapeuta refere que esta não era a primeira vez que adeptos se dirigiram à Academia. «Já vi muitas vezes adeptos a irem lá de forma organizada, mas nunca encapuzados e nunca na ala profissional.»

Fernando Mendes estava «exaltado» no episódio do Aeroporto da Madeira

O episódio de tensão no aeroporto da Madeira entre alguns adeptos e jogadores voltou a ser tema de conversa. O fisioterapeuta recorda que um dos indivíduos «parecia transtornado e procurava o Acuña». Battaglia terá tentado acalmar os ânimos, mas, segundo Gonçalo Álvaro, nunca houve contacto físico «porque havia segurança».

«Ele chamava o nome do Acuña. O Marcus [Acuña] não é de grandes palavras e na azáfama continuou a andar, acho que nem parou. Houve troca de palavras com o Batta, mas ele tentava apaziguar», ressalva o fisioterapeuta que revela de seguida que  «o indivíduo exaltado é Fernando Mendes [ex-líder da Juventude Leonina».

Acuña: «Senti medo, mais pela minha mulher e filhos»

Acuña e Battaglia terminam os testemunhos durante a tarde desta quinta-feira, 19 de dezembro. Nas audiências anteriores, os atletas revelaram sentir medo que o episódio se volte a repetir.

Acuña revelou que «durante algum tempo andava a olhar para trás para ver se vinha alguém e trancava a casa toda. A minha mulher estava com os meus filhos e a minha primeira reação foi proteger a minha família, dizer para trancar a casa e ligar o alarme. Senti medo, mais pela minha mulher e filhos. Em cada jogo que não vencemos penso que isto pode voltar a acontecer», admitiu.

Texto: Sílvia Abreu

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