Empresa vendeu implantes vaginais com defeito consciente da dor que poderia causar

A Johnson & Johnson, uma das maiores farmacêuticas do mundo, vendeu implantes vaginais apesar de saber que os mesmos eram um risco e poderiam causar dores.

Empresa vendeu implantes vaginais com defeito consciente da dor que poderia causar

A Johnson & Johnson, uma das maiores farmacêuticas a nível mundial, terá iniciado a produção e respectiva venda de um implante vaginal intitulado Prolift, mesmo depois de ter sido alertada por especialistas de que o mesmo encolhia e endurecia dentro do corpo. O objectivo dos implantes era ser usado nos casos de prolapso dos órgãos pélvicos, que ocorrem quando há enfraquecimento dos músculos que podem levar a uma descida ou, em algumas situações, a exteriorização da bexiga, útero ou recto.

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Implante podia tornar-se «duro como uma rocha» e enrolar-se como uma «batata frita dobrada»

A informação trazida a público pelo jornal britânico The Guardian, que teve acesso a centenas de e-mail internos, demonstram que membros da equipa de produção estavam preocupados com o facto de o material plástico de que o implante é feito se pudesse tornar «duro como uma rocha» e enrolar-se como uma «batata frita dobrada» dentro das utilizadoras, chegando mesmo a mencionar que o «encolhimento do implante» poderia provocar dor.

Johnson & Johnson alegou na altura que o Prolift era um produto semelhante a outros

Ainda assim, o Prolift foi lançado no ano de 2005 nos Estados Unidos, apesar de não ter sido aprovado pelo regulador. O implante só teve a sua situação regularizada em 2008 e após a entidade reguladora ter sido alertada para a existência do produto no mercado. A Johnson & Johnson alegou na altura que o Prolift era um produto semelhante a outros que já estavam disponíveis no mercado e que por isso sentia que não seria necessário uma aprovação por parte do regulador. O produto esteve para venda até 2012.

Mulheres em tribunal devido aos implantes vaginais

Os documentos agora públicos já levaram a algumas queixas de utilizadoras para com a farmacêutica; nos Estados Unidos, uma mulher de 60 anos processou a empresa por danos. Suzanne Emmett alega ter necessitado realizar cirurgias dolorosas na sequência dos implantes que perfurou a vagina e ferido até o pénis do seu cônjuge durante o acto sexual. Processos contra a Johnson & Johnson estão também em curso na Austrália. Em 2017, o tribunal federal abriu um processo na sequência de uma acção colectiva lançada por mais de 700 mulheres contra a empresa farmacêutica, por efeitos colaterais causados pelos implantes vaginais.

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