Empregos da classe média estão em risco

Stephen Hawking, um dos mais reconhecidos cientistas da atualidade, é mais uma do crescente número de vozes a alertarem para os perigos da automação, que substitui a ação humana.

A comunidade científica alerta cada vez mais para o perigo da automação – funções laborais cada vez mais atribuídas a máquinas e cada vez menos a mão de obra humana. O mais recente nome a juntar-se ao coro de vozes é Stephen Hawking, um dos mais importantes cientistas desde a segunda metade do Século XX. O físico teórico avisou recentemente, no jornal The Guardian, que “a automação da indústria e serviços será prejudicial para os empregos da classe média num futuro próximo”.

Começam a surgir um pouco por toda a Europa movimentos de revolta, que estão a resultar em exemplos como o Brexit e a eleição de Donald Trump

O físico reconheceu fez ainda uma outra ligação a este perigo, quando alertou para os movimentos de revolta que começam a surgir um pouco por toda a Europa, apontando exemplos recentes como a votação favorável à separação do Reino Unido da União Europeia (o Brexit) e a eleição do populista Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, fruto, muito possivelmente, da revolta popular à quebra das condições económicas e sociais dos últimos anos.

A distribuição dos recursos entre os mais ricos e os mais pobres será cada vez mais profunda

Por isso, prevê que a classe média, cada vez mais frágil, será a mais afetada à medida que a automação for substituindo os humanos cada vez mais nos empregos. Em simultâneo, Stephen Hawking prevê que o fosso social e a distribuição dos recursos entre os mais ricos e os mais pobres sejam cada vez mais profundos.

A automação e a inteligência artificial contribuirão cada vez mais para o aumento do desemprego da classe média

Ignorar as escolhas mais populistas dos setores mais afetados da sociedade é um erro, assinala ainda Stephen Hawking, cada vez mais grave e que deverão ser tomadas medidas para travar ou mesmo inverter a situação. Enquanto isto não acontecer, a automação e a inteligência artificial contribuirão cada vez mais para o aumento do desemprego da classe média. Esta tendência assustadora é confirmada por um estudo de há um ano da Universidade de Oxford e do Citibank, onde se aponta uma perda de 47% dos empregos nos Estados Unidos, 35% no Reino Unido, 77% na China e 69% na Índia.

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