Ucrânia: Não há solução imediata para substituir importações de gás russo

A gigante francesa da energia TotalEnergies afirmou hoje que não existe uma solução imediata para substituir as importações europeias de gás da Rússia, se estas cessassem devido ao contexto russo-ucraniano.

Ucrânia: Não há solução imediata para substituir importações de gás russo

“Se o gás russo não chegar à Europa, temos um problema real com os preços do gás na Europa”, disse o presidente do grupo, Patrick Pouyannée, em Paris no fórum da Federação Nacional de Obras Públicas (FNTP). O aumento dos preços do gás que começou no ano passado e ainda hoje se verifica foi “cíclico”, ligado a uma forte procura por parte da China, explicou.

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“Contudo, a situação é mais preocupante, porque o gás russo representa hoje 40% do mercado europeu do gás”, disse. “Para abastecer a Europa com gás, ou temos tubos ou temos terminais de regaseificação para onde levamos gás natural liquefeito (GNL). Mas estão todos cheios neste momento, e não temos terminais suficientes na Europa para regaseificar o gás liquefeito para substituir os 40% de gás russo”, disse.

Segundo Pouyannée, “são necessários dois a três anos para construir um terminal. A França tem um, a Alemanha não tem qualquer um”. “Por isso quando as pessoas dizem ‘como vão fazer se os 40% de gás russo desaparecerem’, posso dizer-vos que não sei como. Saberei o que fazer em dois três anos se construirmos terminais, porque temos gás, mas temos de ser capazes de o trazer para dentro. Temos aqui um problema de infraestruturas”.

“Sendo este o caso, não creio que a vontade russa seja a de cortar o gás. Agora, se os europeus decidirem prescindir do gás russo, teremos de encontrar uma solução no inverno de 2022”, disse, referindo-se a um regresso ao “carvão alemão e polaco”. Quanto ao impacto da situação nos negócios da TotalEnergies, recordou a escolha do seu grupo, sujeito a riscos geopolíticos, de operar em cerca de 130 países. A Rússia “representa entre 3% e 5% das receitas da TotalEnergies”, afirmou. “Vamos conseguir”, como fizemos quando tivemos de gerir o encerramento no Iémen, por exemplo, disse Pouyannée.

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