Huawei acusa EUA de «assédio»

A empresa chinesa Huawei acusou hoje os EUA de «assédio», depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter proibido as empresas norte-americanas de usarem equipamento fabricado por aquela marca de telecomunicações.

Huawei acusa EUA de «assédio»

Na passada semana, Donald Trump alegou riscos de segurança nacional para impedir as empresas dos EUA de recorrerem a tecnologia da chinesa Huawei, pelo risco de invasão abusiva de dados que ficariam ao serviço do Governo de Pequim. Segunda-feira, Trump suspendeu a sanção sobre a Huawei por três meses e a empresa de telecomunicações chinesa continua a desmentir quaisquer riscos de espionagem.

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Esta terça-feira, 21 de maio, durante um evento em Bruxelas, o representante da marca para as instituições da União Europeia, Abraham Liu, acusou os EUA de «assédio», dizendo que as sanções anunciadas sobre a sua empresa constituem um desrespeito pelas regras internacionais de comércio.

«A Huawei respeita todas as leis e regulamentos aplicáveis. Tornámo-nos vítimas de assédio por parte da administração dos EUA», disse Abraham Liu, acrescentando que este ataque não é apenas contra a marca.

«Este é um ataque contra a ordem liberal baseada em regras. E isto é perigoso. Agora, está a acontecer à Huawei, amanhã pode acontecer com qualquer outra empresa internacional. Podemos fechar os olhos a este comportamento?», interrogou-se o representante da empresa chinesa.

Abraham Liu referiu ainda que a tecnologia 5G que a Huawei está a desenvolver é o resultado de cooperação com parceiros europeus e está adaptada às necessidades e desafios da Europa. «A Huawei opera na Europa há quase 20 anos, temos 12.200 funcionários na Europa, 70% contratados localmente», disse Liu.

Trump invocou emergência nacional, na quarta-feira passada, para proibir as empresas do país de usar equipamentos de telecomunicações fabricados por empresas que supostamente tentam espionar os Estados Unidos, o que restringe os negócios com empresas chinesas, como a Huawei.

EUA querem impedir que empresas asiáticas assumam o controle das redes 5G

Os Estados Unidos lideram uma campanha global para impedir que empresas asiáticas, como a Huawei, assumam o controle das redes 5G, que permitem navegar na Internet com muito mais velocidade e que podem facilitar o desenvolvimento de tecnologias autónomas para conduzir operações por controlo remoto.

Os EUA temem que a China use as redes 5G da Huawei para espionagem, acusações que a empresa chinesa negou categoricamente. Após a medida anunciada por Trump, as principais empresas de tecnologia dos EUA, incluindo a Google, anunciaram que deixarão de vender componentes e ‘software’ para a Huawei.

Na segunda-feira, o Departamento de Comércio dos EUA emitiu uma licença de suspensão do veto sobre a Huawei, durante 90 dias, para preparar a transição para a fase em que as sanções entrem em vigor. A Comissão Europeia reiterou ontem que a Europa é um «mercado aberto» e que cabe a cada país decidir se impõe restrições a qualquer empresa por razões de segurança.

Bruxelas tem mostrado em várias ocasiões preocupação com a entrada da Huawei na implantação de futuras redes móveis 5G na Europa, sabendo-se que as empresas chinesas serão obrigadas por lei a cooperar com os serviços secretos do seu país.

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