FMI aprova terceira tranche de ajuda a Cabo Verde com 6 milhões de dólares

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje a aprovação da terceira tranche de ajuda a Cabo Verde, com 6,08 milhões de dólares, ultrapassando 36 milhões desembolsados num ano, ao abrigo do programa trianual de 60 milhões assinado em 2022.

FMI aprova terceira tranche de ajuda a Cabo Verde com 6 milhões de dólares

“A equipa técnica do FMI e as autoridades cabo-verdianas chegaram a um entendimento técnico sobre as políticas económicas com vista à conclusão da segunda avaliação do programa ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado, o que permitirá desbloquear um financiamento de 6,08 milhões de dólares [cerca de 5,5 milhões de euros]”, anunciou à imprensa, na cidade da Praia, Justin Tyson, chefe de uma missão do FMI, que na última semana esteve em Cabo Verde a discutir com as autoridades nacionais a execução da agenda de reformas económicas do país, ao abrigo do Programa de Facilidade de Crédito Alargada (ECF, sigla inglesa), apoiado pelo Fundo e assinado em 15 de junho de 2022.

O responsável referiu que a avaliação será submetida à apreciação do Conselho de Administração do FMI nas próximas semanas.

Com esta terceira tranche de financiamento, o FMI aumentou para 36,26 milhões de dólares (cerca de 33 milhões de euros) em ajuda financeira a Cabo Verde, ao abrigo do acordo firmado em 16 de junho de 2022, que em 36 meses prevê desbloquear um total de 60 milhões de dólares (55,3 milhões de euros) ao arquipélago.

Na altura da assinatura do acordo, o FMI desembolsou de imediato 15 milhões de dólares (13,8 milhões de euros) e em janeiro deste ano anunciou o desbloqueio da segunda tranche de 15,19 milhões de dólares (14 milhões de euros), tendo justificado com o “cumprimento de todos os critérios de desempenho e metas indicativas definidas por Cabo Verde”.

O pacote de financiamento ajudará a mitigar o impacto persistente da pandemia de covid-19 e os efeitos colaterais da guerra na Ucrânia, assim como a reduzir o défice fiscal e a preservar a sustentabilidade da dívida, segundo o FMI.

Além disso, ajudará a proteger grupos vulneráveis e a apoiar uma agenda de reformas que leve a um crescimento mais elevado e mais inclusivo.

No final da missão, o FMI constatou que o desempenho de Cabo Verde no âmbito do programa “é robusto” e que no ano passado registou “uma forte retoma”, sustentada na recuperação do turismo.

“A economia recuperou fortemente em 2022, tendo registado um crescimento de 17,7%, o défice primário desceu para 1,9% do PIB, a dívida em relação ao PIB diminuiu, a conta corrente melhorou e as reservas internacionais mantiveram-se em níveis adequados à proteção da indexação ao euro”, frisou.

Para este ano, mantém a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde em 4,4% este ano e uma inflação de 5,2%, com a descida dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares.

Quanto à dívida pública em relação ao PIB, o FMI constatou que diminuiu em 2022 para 121,2%, mas alertou que continua elevada e a representar uma “fonte de vulnerabilidade”.

Na segunda-feira, o governador do Banco de Cabo Verde (BCV), Óscar Santos, anunciou que prevê uma redução da inflação de 8% em 2022 para 4,9% e 2,2% em 2023 e 2024, respetivamente, bem como um crescimento económico, este ano, de 4,1%.

Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 e 17,7% em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística.

RIPE (PVJ) // JH

By Impala News / Lusa

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