Especialista explica se redução de impostos favorece inflação

Muita gente tem dúvidas sobre como a redução de impostos afeta ou não o aumento da inflação.

Especialista explica se redução de impostos favorece inflação

Para explicar, o conselheiro de empresas, empresário e escritor, Lucas Battistoni, que tem vasta experiência no ramo dos negócios, explicou que a curto prazo, sim, mas de forma geral, não é o que acontece. Recentemente, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, demonstrou ser da mesma opinião que o especialista ao afirmar que reduzir impostos pode permitir uma queda nos preços a breve trecho, mas  que”estruturalmente” não ajuda no combate à inflação.

“A curto prazo, a redução de impostos pode favorecer a redução da inflação sim, de certa forma. Se reduzirem a carga tributária, os preços acabarão por baixar e quem vai pagar essa conta é a União Europeia. Assim, a curto prazo, pode melhorar, mas a médio prazo não altera muito. Isso porque os preços são uma questão de mercado, de oferta e procura“, explicou.

«É só empurrar o problema com a barriga»

Especialista explica se redução de impostos favorece inflação
Lucas Battistoni

Battistoni deu um exemplo de fácil compreensão. “se o barril do petróleo, por exemplo, está caríssimo em todo o mundo, não é a redução de imposto que vai resolver o problema. Na verdade, só vai é custar dinheiro aos cofres públicos durante o tempo que o governo quiser ou conseguir manter essa decisão.” Como empresário do setor, Lucas falou sobre o que implicaria para ele e para os seus negócios esse congelamento. “Para mim é fatal. Desastre. A história já mostrou isso. Todos os países que fizeram isso, como a Venezuela ou Argentina, empurraram o problema mais para frente”, começou por lembrar.

“Primeiro, o preço aumenta porque o custo aumenta. Então, se o preço de venda não sobe e os custos aumentam para o produtor, ele pára de produzir porque deixa de compensar produzir. Então, se existem menos produtores, existe menos produto a ser produzido. Logo a oferta será invariavelmente menor. Como tal, passa a existir um problema de abastecimento. As pessoas vão querer e não vai haver o produto. Caso haja, vai ter que aumentar de preço. Então, no fundo é só empurrar um problema com a barriga”, concluiu.

Divulgação / MF Press Global;
Foto: Lucas Battistoni/Arquivo Pessoal & Pixabay

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