A conferência de imprensa deste domingo, dia 19 de abril, sobre a evolução do surto da covid-19 conta com a presença da Ministra da Saúde, Marta Temido, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas e o Diretor do Programa Nacional de Saúde Mental, Miguel Xavier.

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«Desde o dia 1 de março, foram realizados cerca de 240 mil testes»

Marta Temido começou por dizer que, dos 27 óbitos registados nas últimas 24 horas, 19 eram pessoas com mais de 80 anos. «Do total de casos confirmados em tratamento, 87,3% permaneciam a ser tratados domiciliarmente e 61% dos indivíduos em internamento», sustentou a Ministra.

«Em termos de testes, desde o dia 1 de março, foram realizados cerca de 240 mil testes, 32% no mês de março e 68% já no mês de abril, o que mostra a intensificação dos testes diagnósticos. O dia em que terão sido realizados mais testes terá sido a última quarta-feira, com cerca de 13.300», afirmou. «Nesta semana, foram entregues 900 mil kits de teste e cerca de 334 mil zaragatoas», continuou.

Há uma nova norma para a saúde mental

«Medo, angústia e ansiedade são sentimentos presentes com maior ou menor intensidade nas nossas vidas, neste contexto o Programa Nacional de Saúde Mental e a DGS entenderam publicar uma norma específica para as respostas em Saúde Mental no contexto da pandemia de covid-19», afirmou Marta Temido.

Segundo a ministra, a nova normal publicada segue o modelo iniciado em 2018, no contexto dos incêndios de 2017.

Pandemia trouxe medo, disrupção social e confinamento

O diretor do Programa Nacional de Saúde Mental, Miguel Xavier, disse que a pandemia trouxe com ela vários fatores que podem afetar a saúde mental dos portugueses. Medo, disrupção da vida social e confinamento.

Segundo o psiquiatra, este é um «assunto transversal a todos, que afeta desde crianças a pessoas adultas e pessoas idosas». «A situação que estamos a viver, que é inesperada, é causadora de problemas de saúde mental. Há uma confusão enorme sobre o que é a saúde mental… não é ter-se uma doença mental, é termos um conjunto de dimensões que nos dão capacidade de termos prazer na vida», referiu Miguel Xavier.

O profissional de saúde sublinhou ainda que as circunstâncias que a covid-19 trouxe «não significa que tenhamos problemas mentais mas podem ocorrer problemas de ansiedade e de sono». «São problemas comuns que atravessam a sociedade. Algumas pessoas têm melhor capacidade de lidar com estas questões, outras não. Mas a vida é assim», continuou.

Comemorações do 25 de abril: «Não prescindiremos de o fazer»

«Uma coisa é a comemoração tradicional de rua que envolve pessoas que se abraçam, que se tocam e se juntam em vás dezenas. Outra coisa são as condições que teremos que definir para que esses dois momentos possam acontecer. Não prescindiremos de o fazer», afirmou Marta Temido sobre as comemorações do 25 de abril e do 1.º de maio.

«Podem as pessoas ficar tranquilas e descansadas que de forma nenhuma deixaremos, da nossa parte, que um dia, um momento ou um gesto deitem um esforço coletivo todo ser pertido», sustentou Graça Freitas.

Criadas unidades de apoio à saúde mental para quem está na linha da frente

O psiquiatra Miguel Xavier afirmou que foram criadas unidades de saúde específicas de apoio à saúde mental para quem está doente e para quem está na linha da frente no combate à pandemia.«Grande parte das situações que de saúde mental são auto-limitados, vão passar e os problemas serão de natureza temporária. Tudo isto irá passar, mais cedo ou mais tarde», afirmou.

Texto: Joana Ferreira

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