Bárbara e Carrilho: “Quero ir viver com o pai. A minha mãe bate-me”

O Tribunal da Comarca de Lisboa foi palco de mais uma sessão do julgamento de violência doméstica, agressão e difamação contra Manuel Maria Carrilho. Chamada pela defesa do arguido, Júlia Patrício, empregada doméstica do antigo ministro da cultura, fez declarações impressionantes sobre a relação do ex-casal com os filhos

Na manhã de terça-feira, 18 de abril, realizou-se mais uma sessão do julgamento, no qual o ex-político, Manuel Maria Carrilho é acusado pela apresentadora Bárbara Guimarães dos crimes de violência doméstica, agressão e difamação. O julgamento que dura há mais de 17 meses, centrou-se nas declarações de Júlia Baptista Patrício, atual empregada doméstica do antigo ministro e substituta de uma outra empregada, quando o ex-casal ainda estava junto.

Chamada a depor pela defesa do arguido, a testemunha foi questionada maioritariamente sobre a relação do ex-casal com os filhos. Perante o tribunal, Júlia Patrício garantiu ter uma relação de intimidade com ambas as crianças, mas especialmente com Dinis Maria, de 13 anos.

Júlia Patrício revelou que o jovem “é muito feliz com o pai”. Ao longo da sessão, a empregada doméstica mencionou várias vezes o quanto a “emocionavam” as constantes manifestações de afecto entre pai e filho, sublinhando frequentemente que é comum ver Dinis a “abraçar-se ao pai” e a “sentar-se ao colo” do ex-ministro.

“Ele não tinha vontade de ir para a mãe”

Quando questionada sobre a relação entre Dinis e a mãe, a testemunha referiu que o filho mais velho do casal, que está separado oficialmente desde 2013, “tem uma revolta contra mãe”. Júlia relembrou ainda que, antes de Dinis ir viver com o pai, “sentia que ele (Dinis) era uma criança triste”.

“Eu quero ir viver com o meu pai. A minha mãe bate-me, a minha mãe mente-me”, terá confessado várias vezes Dinis a Júlia Patrício quando se encontravam sozinhos.

Continuando, Júlia disse achar que o filho mais velho “está muito mais feliz a viver com pai” e que “quando Bárbara Guimarães lhe liga para casa (de Manuel Maria Carrilho), ele (Dinis) sente uma revolta, responde a uma ou duas perguntas e desliga o telefone”.

“O que o Dinis me relatou foi que houve uma noite em que (Bárbara Guimarães) lhe mentiu e que o deixou sozinho com a Carlota”, acrescentou a empregada doméstica.

Com esta declaração, Júlia Patrício refere-se à polémica madrugada de 21 de maio de 2014, já falada na última sessão de julgamento que decorreu no dia 4 de abril. Nesta audiência foram discutidas as imagens de um vídeo de vigilância de casa da estrela da SIC que mostra o antigo ministro a entrar no apartamento de Bárbara Guimarães à força. De seguida, nas imagens é possível ver-se Manuel Maria Carrilho a ser expulso pelo namorado da apresentadora na altura, Ernesto Neves, mais conhecido como Kiki Neves.

“A mãe bate-me a mim e ao Dinis”

Apesar de não privar tão recorrentemente com Carlota, a filha mais nova do ex-casal, Júlia Patrício caracterizou a criança de seis anos, como uma rapariga “fala barata”, “excelente aluna” e, em muito, “parecida com o pai”. A empregada doméstica garantiu que Carlota também lhe contou que “a mãe é má, a mãe bate e que é uma mentirosa”. Júlia chega mesmo a mencionar que a Carlota também já lhe tinha confessado que “queria ir morar com o pai”.

Dinis Maria está a viver com Manuel Maria Carrilho desde março de 2016, quando no dia seguinte a ter fugido da casa de Bárbara Guimarães, o tribunal concedeu a custódia provisória do jovem ao antigo ministro da Cultura.

Texto: Mafalda Tello Silva | ImpalaNews

 

 

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