Sonia esfaqueou filha recém-nascida e escondeu-a numa mochila

Sonia escondeu a gravidez da família e quando a bebé saudável nasceu, apunhalou a filha nove vezes. Diz que não se lembra de nada

Sonia esfaqueou filha recém-nascida e escondeu-a numa mochila

Sonia Bedoui tinha 18 anos quando, pelas 5h00 da manhã de dia 20 de fevereiro de 2018, na casa dos sogros, em Espanha, deu à luz uma menina saudável, que de seguida matou. Diz não se recordar de nada.

“Sabe que é acusada de ter causado a morte da criança que teve? Você matou-a?”, foi-lhe perguntado em tribunal. “Sim, fui eu. Não me lembro, não sei o que se passou. Só sei que a perdi. Sinto muito, desculpa, desculpa”, disse a acusada entre lágrimas.

Pode apanhar 22 anos de prisão. Sónia vivia com o namorado, os sogros e os irmãos do companheiro,  e deles escondeu a gravidez. Não se sabe quem é o pai uma vez que os testes de ADN dão negativo para o companheiro de Sonia.

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Cerca das 5h00 da madrugada daquele dia, as águas rebentaram e a jovem “deu à luz uma menina, de 48 centímetros e 2,950 quilos, que nasceu viva e respirou espontaneamente fora da barriga da mãe, procedendo a cortar-lhe o cordão umbilical”, revela a acusação.

A arguida, pegou depois numa arma branca “por determinar” – a acusação acredita que possa ter sido a mesma tesoura com que cortou o cordão umbilical – e com o objetivo de acabar com a vida da recém-nascida apunhalou-a em nove ocasiões em diferentes partes do corpo, diz a acusação.

“Em três delas a arma penetrou no coração, chegando a atravessá-lo uma das vezes. Outra no diafragma e outra perfurou o pulmão esquerdo, provocando-lhe uma paragem cardiorrespiratória e consequente falecimento”. Em seguida, Sonia limpou o sangue com papel de cozinha e toalhitas, e colocou cadáver da filha, junto com a placenta, dentro de sacos de plástico que colocou numa mochila. Depois, foi tomar banho, vestiu um pijama lavado e deitou-se na cama. O namorado estaria fora de casa, a trabalhar.

Naquele quarto onde o parto aconteceu, vivia com o namorado e a irmã deste, e foi lá, pendurada numa cadeira, que ficou a mochila. Mas como em tanto outros casos semelhantes, dias depois a acusada entrou no hospital com uma hemorragia vaginal.

“Quando desmaiou, levámo-la ao hospital. Disseram-nos que podia estar grávida ou que podia ter dado à luz. Fomos a casa buscar roupa porque iam dar-lhe alta. Estávamos a guardar roupa e a minha filha disse que ia ver na mochila, que estava pendurada numa cadeira. Tivemos que abrir as janelas por causa do cheiro e vimos sangue. Fui buscar luvas e papel. Quando tirei vários sacos da mochila, vi que era um bebé”, explicou em tribunal a mãe do namorado.

Sonia está presa desde o dia 23 de fevereiro de 2018. Enfrenta uma pena de 22 anos de prisão por homicídio com a agravante de parentesco. Em tribunal, disse não se lembrar de nada e a defesa alegaque o crime cometido por Sonia se deveu a uma depressão psicótica que sofreu no momento do parto.

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Texto: Marta Amorim | Fotos : DR

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