Sindicato da PSP mostra fotos do polícia acusado de espancar mulher negra

A alegada vítima foi constituída arguida esta terça-feira. Segundo a PSP, a mulher ficou sujeita à medida de coação de termo de identidade e residência.

Sindicato da PSP mostra fotos do polícia acusado de espancar mulher negra

O Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública publicou nas redes sociais imagens que diz serem dos ferimentos do agente envolvido no caso das agressões na Amadora.

“Foi neste estado em que ficou hoje o colega, ao intervir numa ocorrência na Amadora. As melhoras ao colega e espero que as análises sejam todas negativas a doenças graves. Contudo a defesa da cidadã está a começar a ser orquestada pelo ódiomor de brancos. Está tudo bem, não se passa nada”, pode ler-se.

As fotografias serão, alegadamente, de Carlos Calhas, o agente da PSP que apresentou queixa de Cláudia Simões. Contudo, uma vez que apenas se podem ver marcas nos braços, não é possível confirmar a identidade.

Vai ser aberto Inquérito

O Ministro da Administração Interna determinou, esta quarta-feira, à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito para apuramento “dos factos relacionados com a atuação policial ocorrida domingo, na Amadora, após o pedido de intervenção do motorista de um autocarro de passageiros”.
A PSP transmitirá, entretanto, à IGAI todos os elementos da averiguação interna que tem estado a realizar.

 

 

 

Segundo o relato de Cláudia Simões, depois de um desentendimento num autocarro por esta se ter recusado a pagar o bilhete da filha uma vez que alegou que a menina se tinha esquecido dele em casa e que no final da viagem o passe seria entregue ao motorista, esta foi agredida por um agente da PSP, que a arrastou até à esquadra.

A mulher diz que foi agredida quando estava no carro da polícia a caminho da esquadra. “Quando me meteram no carro eu não queria aquele polícia comigo e eles garantiram-me que ele ia noutro carro mas mentiram-me. Ele entrou para o meu lado enquanto outros dois agentes iam à frente. Durante o caminho todo fui esmurrada enquanto estava algemada. Ele gritava ‘filha da pu**’, ‘preta do car****’ e ‘co** da tua mãe’ enquanto me dava socos. Eu estava cheia de sangue e gritava muito. Então, subiram o volume da música para não me ouvirem na rua”, conta em entrevista ao jornal Contacto.

A alegada vítima foi constituída arguida esta terça-feira. Segundo a PSP, a mulher ficou sujeita à medida de coação de termo de identidade e residência.

Em comunicado, a PSP diz que Cláudia Simões “mostrou-se agressiva perante a iniciativa do polícia em tentar dialogar, tendo por diversas vezes empurrado o polícia com violência, motivo pelo qual lhe foi dada voz de detenção”. Acrescenta que a mulher, “para se tentar libertar, mordeu repetidamente o polícia, ficando este com a mão e o braço direitos com marcas das mordidelas que sofreu e das quais recebeu tratamento hospitalar”.

Cláudia poderá ter passado de violência

Agora, segundo avança o Correio da Manhã, em julho de 2017, o marido e pai dos dois filhos de Cláudia – um rapaz de 17 anos e uma menina de 8 – foi à PSP queixar-se de que a mulher disse que lhe “espetava uma faca” em frente aos filhos e suportava “há anos” insultos e ameaças. Já em 2016, a mulher foi abordada por um vigilante por suspeita de furto numa loja e espancou-o, avança o mesmo jornal.

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