Rosa Cruz teve o terceiro filho quase de pé, nas escadas da sua casa

Rosa Cruz foi condenada esta sexta-feira a cinco anos de prisão, três deles de pena suspensa, pelo Tribunal de Tulle, na Corrèze, no centro de França. A portuguesa é acusada de ter mantido a filha entre um quarto escuro e a mala do carro durante os seus dois primeiros anos de vida.

Rosa Cruz teve o terceiro filho quase de pé, nas escadas da sua casa

Rosa Cruz já tinha três filhos quando nasceu Serena, a menina que ficou conhecida como a bebé da mala do carro. Serena viveu quase dois anos  fechada no porta-bagagens de um Peugeot e só foi descoberta quando o carro deu problemas à mãe, a portuguesa Rosa Cruz, que vive em França.

Ao jornal francês Liberátion, Alain, vizinho e padrinho do terceiro filho de Rosa Cruz e Domingos Alves recorda o dia desse nascimento. Foi ele quem auxiliou Rosa no parto que foi feito em poucos minutos, nas escadas, com esta de pé. “Quando dissemos ao pai que tinha tido uma filha, ele disse que estava feliz, mas que já tinha filhos suficientes”, recorda. Mas este não foi o único parto de Rosa que aconteceu desta forma.

Também o nascimento do segundo filho, cinco anos antes, ocorreu em contornos invulgares. Quem o conta é a irmã de Rosa, Adelaide.

O casal, natural de Póvoa de Lanhoso e emigrado em França, estava a passar o verão em Portugal. Durante um almoço de família, começou a sentir contrações. Não sabia que estava grávida. “Ela deitou-se no sofá e pensou que ia morrer. Foi quando viu a cabeça do bebé que percebeu que ia ter um filho”, contou a irmã Adelaide, numa entrevista dada ao programa Sept à Huit do canal francês TF1.

Alain, o padrinho da terceira criança refere que Rosa é boa mãe, e que os três filhos estão “impecáveis” e “educados”.  Serena não tem nome ou existência legal. O nome terá sido inventado por Rosa, quando foi descoberta pelas autoridades.

A bebé, hoje em dia numa família de acolhimento e com mazelas irreversíveis, foi privada de relações sociais e de um contexto normal de desenvolvimento.

Rosa Cruz foi condenada esta sexta-feira a cinco anos de prisão, três deles de pena suspensa, pelo Tribunal de Tulle, na Corrèze, no centro de França. A portuguesa é acusada de ter mantido a filha entre um quarto escuro e a mala do carro durante os seus dois primeiros anos de vida.

LEIA MAIS: Rosa copiava frases da Internet para escrever carta à filha que drogou e trancou no carrro

Além da prisão efetiva, a família, a pedido do ministério público francês, vai ser seguida nos cinco anos seguintes à libertação de Rosa Cruz. Tanto a mulher como o marido vão deixar de ter qualquer custódia legal sobre a menina.

A portuguesa afirma ter sempre rejeitado a gravidez e por isso escondeu a filha do olhar e do conhecimento de todos, incluindo do marido e pai da criança.

O caso foi descoberto em 2013 na mala do carro por um mecânico, depois de Rosa ter ido a uma oficina. Os psicólogos defendem que a arguida queria ser descoberta. Serena acabou por ficar com sequelas. A menina sofre de «síndroma autista irreversível» e «défice funcional de 80%». Com sete anos, ainda não fala.

Rosa Maria da Cruz deverá ainda ser sujeita a acompanhamento sócio-judicial ao longo de cinco anos.

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