A presidente da Junta de São Vicente, em Lisboa, Natalina Tavares de Moura foi apanhada durante uma videoconferência a insultar os habitantes da freguesia que se preparavam para entrar na reunião. O insólito teve lugar em 14 de janeiro, horas antes do início da Assembleia de Freguesia, revela o Correio da Manhã. Foi então que, sem perceber que tinha o microfone ligado, disparou ofensas. “Há aí um que é um traste. Aliás, são todos”, afirmou. Um dos visados foi Valter Fernandes, que assistia à reunião. “Esse é aquele que é o marido do outro. É tão ordinário“, referiu a presidente da junta.

Ainda durante a assembleia, e apercebendo-se de que tinha acabado de ser insultado, o morador confrontou a autarca com aquele que tinha sido dito. “A senhora chamou-me ordinário”, atirou. Ainda sem saber que as inconfidências estavam gravadas, Natalina negou e até gozou: “deve ter sido outra Natalina algures aí pelo Mundo a usar esse tipo de linguagem. Eu jamais o faria”. Mesmo perante a insistência do homem – que a alertou para a existência de uma gravação – a presidente manteve a sua versão. “Não faz parte da minha formatura”, justificou.

«Precisava de o apanhar e dar-lhe um bom par de murros»

Outro dos visados foi David Alexandre. “Este era aquele que o Afonso Dias [deputado eleito pelo PS] dizia que precisava de o apanhar em qualquer sítio e dar-lhe um bom par de murros“, disse Natalina. Só no final da reunião é que o executivo da junta ficou a saber que todas as conversas tinham sido gravadas e ouvidas pelos habitantes de São Vicente que tinham preparado, para esse dia, intervenções sobre problemas que afetam a freguesia. Ao Correio da Manhã, a presidente de junta nega ter proferido qualquer insulto. “Não insultei ninguém”, repetiu várias vezes.

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