Percentagem de beneficiários de ação social escolar aumenta após quatro anos em queda

A percentagem de alunos do ensino básico e secundário que beneficiam de ação social escolar (ASE) aumentou em 2020/2021, sobretudo no terceiro escalão, invertendo a tendência dos anos anteriores, indica o relatório Estado da Educação 2021, divulgado hoje. 

Percentagem de beneficiários de ação social escolar aumenta após quatro anos em queda

Percentagem de beneficiários de ação social escolar aumenta após quatro anos em queda

A percentagem de alunos do ensino básico e secundário que beneficiam de ação social escolar (ASE) aumentou em 2020/2021, sobretudo no terceiro escalão, invertendo a tendência dos anos anteriores, indica o relatório Estado da Educação 2021, divulgado hoje. 

O documento produzido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) refere que, após quatro anos consecutivos em queda, a percentagem alunos carenciados aumentou em 2020/2021.

“Em 2020/2021, nos ensinos básico e secundário registou-se um aumento percentual de 4,6 pontos percentuais no total de alunos com ASE, comparativamente ao ano anterior”, lê-se no relatório.

O aumento é, sobretudo, justificado pelo número de beneficiários de ASE no escalão C. Criado em 2017 para apoiar as famílias com a compra de manuais escolares, e direcionado entretanto para a aquisição de material escolar, a percentagem de alunos neste escalão passou de 0,2% para 4,6%, registando-se, por outro lado, um decréscimo pouco significativo de beneficiários no escalão A e um ligeiro aumento no escalão B.

À semelhança de outros anos, o CNE voltou a constatar uma maior concentração de alunos carenciados em ofertas formativas alternativas e refere que “a percentagem é sempre menor no ensino geral do que nas outras ofertas formativas”.

A exceção à regra são os cursos artísticos especializados, sendo que a percentagem mais elevada regista-se nos percursos curriculares alternativos do 2.º ciclo, seguida da mesma oferta no 3.º ciclo e do programa integrado de educação e formação do 2.º ciclo.

Por regiões do continente, a maior percentagem registou-se no Tâmega e Sousa (54,1%) e a menor em Coimbra (26,3%). Nas regiões autónomas da Madeira e Açores, com sistemas diferentes, a percentagem rondou os 60%, abaixo do ano anterior.

No capítulo dedicado à equidade, o relatório do Estado da Educação 2021 refere também que o insucesso escolar nos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária aumentou ligeiramente no ano analisado.

O aumento foi mais acentuado no 3.º ciclo, em que a taxa de insucesso passou de 4,5% em 2019/2020 para 6,4%, e no 1.º ciclo (aumentou de 2,4% para 4,1%).

No ensino superior, o total de bolseiros atingiu, em 2020/2021, o número mais alto da última década, com um total de 60.709 beneficiários de bolsa de estudo. “O ensino universitário apresenta maior percentagem do que o ensino politécnico, em todos os anos”, acrescenta o relatório.

No âmbito do programa +Superior, dedicado a apoiar estudantes carenciados em instituições localizadas em zonas de baixa pressão demográfica, o número de bolsas atribuídas mais que duplicou face a 2014/2015, quando foram lançadas, e cresceu 21,3% em comparação com 2019/2020.

Sobre o alojamento para estudantes universitários, o CNE nota que “entre 2009 e 2021, o número de camas disponíveis não sofreu grandes alterações”, tendo até diminuído em 2021, provavelmente devido à pandemia da covid-19 que “obrigou à diminuição do número de camas por quarto”.

Ainda assim, o órgão consultivo do Ministério da Educação recorda que o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior tem como objetivo duplicar a oferta até 2030, para um total de 30 mil camas.

 

MYCA // JMR

By Impala News / Lusa

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