Mundo da política reage à morte de João Semedo

João Semedo era coordenador do Bloco de Esquerda. Estava hospitalizado. Morreu com 67 anos.

Mundo da política reage à morte de João Semedo

João Semedo morreu esta terça-feira, 17 de julho, avança o jornal Expresso e o portal Esquerda.net. Foi um antigo dirigente do Bloco de Esquerda e médico de profissão. Desde 2013 que João Semedo estava a batalhar contra um cancro nas cordas vocais e encontrava-se hospitalizado até à data de hoje.

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Numa nota de pesar, o Bloco de Esquerda comunicou à família de João Semedo as “mais sentidas condolências”. “A perda de João Semedo é de todos os que partilharam o seu ímpar e diversificado percurso, que com ele lutaram, aprenderam e conviveram, na política e na vida. Como é de todos o orgulho e a alegria de o terem tido a seu lado”, refere o BE na mesma nota.

Entre 2012 e 2014, João Semedo coordenou o Bloco de Esquerda (partido que aderiu oficialmente em 2007), junto da atual líder, Catarina Martins.  No ano passado, no mês de junho, afastou-se da vida política, devido à doença prolongada, tendo renunciado o cargo de deputado na Assembleia Municipal na Câmara Municipal do Porto. João Semedo já vivia na cidade invicta há 40 anos.

João Semedo nasceu em 1951, em Lisboa. Estudou no Liceu Camões e a sua ligação à política deu nas vistas com a sua participação em movimentos de estudantes depois das cheias de 1967.

João Semedo deixou o PCP em 2003 depois de Miguel Portas o ter convidado para integrar a lista do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu.

Em 1975 terminou a licenciatura em medicina. Durante o ensino superior entrou no Partido Comunista Português, cujo o elegeu para a associação de estudantes. Dois antes chegou a ser preso pela PIDE e esteve preso duas semanas em Caixas por distribuir nas ruas panfletos a pedir eleições livres.

Na década de 90 voltou à saúde. Esteve num centro de abrigo para toxicodependentes e em Serviços de Atendimento Permanentes. Chegou a ser o diretor do Hospital Joaquim Urbano, no Porto, onde esteve à frente da restauração das instalações, nomeadamente na divisão de tratamento de doenças respiratórias e infecciosas, com inovações no campo do tratamento da SIDA e das hepatites.

Ainda este ano, João Semedo tinha lançado um livro juntamente com António Arnaut, falecido em maio. A obra consistia numa  proposta para uma nova Lei de Bases da Saúde (“Salvar o SNS”) e juntou-se ao Movimento “Direito a morrer com dignidade”.

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