Museu do Chiado exibe joalharia pela primeira vez com obras de pioneira Kukas

A joalharia vai ser exibida pela primeira vez no centenário Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC-MC), em Lisboa, através de obras recentes da pioneira ‘designer’ portuguesa Kukas, numa mostra a inaugurar na sexta-feira.

Museu do Chiado exibe joalharia pela primeira vez com obras de pioneira Kukas

A exposição “Kukas. Homenagem à Geometria” será inaugurada no dia em que a criadora – Maria da Conceição de Moura Borges -, precursora do design de joalharia de autor em Portugal, cumprirá 95 anos, ficando patente entre sábado e 27 de agosto, segundo informação do museu localizado no Chiado.

De acordo com a entidade, a presença da joalharia, “arte híbrida entre desenho, escultura, pintura, arquitetura e design”, será “uma estreia absoluta” naquele espaço museológico fundado em 1911, “pela mão de uma artista que a cultiva há exatamente seis décadas”.

Nascida em 1928, Kukas realizou a sua primeira exposição em 1963, na galeria Diário de Notícias, no Chiado, em Lisboa, e passadas seis décadas regressa àquela zona histórica para apresentar peças recém-criadas.

Na exposição vão estar objetos e materiais diversos, desde colares e pendentes, botões de punho, pulseiras, brincos e pregadeiras, elaborados em ouro, prata, pérolas barrocas, ágata, conchas, cristal de rocha, lápis-lazúli e madrepérola.

“Kukas não é apenas uma cultora da joalharia: foi, antes, a primeira autora a renovar a linguagem formal desta arte, em Portugal”, recordou a diretora do museu, Emília Ferreira, num texto sobre a mostra, acrescentando que o trabalho da ‘designer’ “remodela as tradições da joalharia trazendo-as para a contemporaneidade”.

Após a formação em Decoração de Interiores, na Escola Superior de Artes Modernas, em Paris, na década de 1960, Kukas foi inspirada inicialmente pela formação parisiense e descobriu mais tarde a joalharia nórdica, que influenciaria profundamente o seu trabalho, recorda o MNAC-MC.

Ao longo das seis décadas de atividade, a artista mostrou a sua obra em diversas exposições coletivas e individuais, nacionais e no estrangeiro, destacando-se, no Brasil, a participação na Bienal de Arte de São Paulo e numa exposição no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1977.

Em 2012 realizou uma grande mostra individual no Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, e, mais recentemente, em 2019, participou numa exposição coletiva de joalharia contemporânea em Portugal, na Fundação Calouste Gulbenkian.

AG // TDI

By Impala News / Lusa

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