Brasil. Morreu o encenador Antunes Filho

O encenador brasileiro Antunes Filho, um dos principais nomes do teatro no Brasil, morreu na quinta-feira, aos 89 anos, em São Paulo, noticiou hoje a edição ‘online’ do jornal O Globo.

Brasil. Morreu o encenador Antunes Filho

O encenador brasileiro Antunes Filho, um dos principais nomes do teatro no Brasil, morreu na quinta-feira, aos 89 anos, em São Paulo, noticiou hoje a edição ‘online’ do jornal O Globo. Antunes Filho, que morreu no Hospital Sírio-Libanês, é considerado pela crítica como um dos principais nomes do teatro brasileiro.

A página eletrónica dedicada ao autor, pela Fundação Itaú, destaca que Antunes Filho pertenceu à primeira geração de encenadores brasileiros, descendentes dos diretores do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), onde começou como assistente de direção, em 1952, e de que depois se afastou.

Participou ativamente no movimento de renovação cénica, ocorrido no Brasil durante as décadas de 1960 e 1970, os anos de ditadura militar.

Segundo a Fundação Itaú, foi “o primeiro diretor a empreender uma obra dramatúrgica e cenicamente autoral, com a montagem de ‘Macunaíma’, espetáculo de referência para jovens encenadores dos anos 1980”, inspirado no romance homónimo de Mário de Andrade, pioneiro do Modernismo brasileiro.

Trabalhou com criadores que influenciaram a sua geração, nomeadamente Ziembinski, Adolfo Celi, Luciano Salce, Ruggero Jacobbi e Flaminio Bollini.

Antunes Fialho nasceu em 1929

Nascido em São Paulo, em 12 de dezembro de 1929, no tradicional bairro do Bixiga, José Alves Antunes Filho, mais conhecido como Antunes Filho, ainda jovem chegou a entrar na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, mas desistiu do curso para estudar Artes Dramáticas.

Estreou-se no teatro em 1953, com a peça “Weekend”, de Noel Coward, e, em 1958, fundou a companhia Pequeno Teatro de Comédia, e dirigiu o espetáculo “O Diário de Anne Frank”, conquistando os prémios da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e da Associação Carioca de Críticos Teatrais (ACCT).

Ficou na companhia até ao início dos anos 1960, quando voltou ao TBC.

Dirigiu o Grupo Macunaíma – que adotou o nome da peça homónima – criando várias adaptações de textos de Nelson Rodrigues, além de “Trono de Sangue”, a partir de “Macbeth”, de Shakespeare, assim como a versão de “Romeu e Julieta”, com banda sonora de The Beatles, em 1984, espetáculo que marcou a cena teatral brasileira da época.

Entre os seus textos para cena, a base de dados do Centro de Estudos Teatrais da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, destaca “Lamartine Babo”, “Nova velha estória – O capuchinho vermelho de Antunes Filho”, a partir do conto de Charles Perrault.

No cinema, dirigiu “Compasso de Espera”, um drama sobre racismo, protagonizado por Zózimo Bulbul e Stênio Garcia. Em 2006, recebeu o Prémio Bravo! de Melhor Espetáculo Teatral do Ano, pela peça “A Pedra do Reino” (2006).

Criou Centro de Pesquisa Teatral (CPT), na década de 1990, escola de formação e grupo permanente “de produção, formação e desenvolvimento de novos conceitos”, na pesquisa de um método próprio de interpretação para o ator, que dirigiu até a sua morte.

Entre as reações à morte de Antunes Filho, no Brasil, destacam-se as de atores como Eva Wilma (“Mulheres de Areia”, “Pedra sobre Pedra”), que disse ao jornal Globo “ser importante falar sobre o valor de toda a obra que [o encenador] deixa”, ou Sténio Garcia (“Gabriela”, “Meu Bem, Meu Mal”), que o definiu como “o grande incentivador do teatro brasileiro”.

A atriz Sónia Braga, escreveu na sua conta no Instagram “Descanse em paz, mestre”.

A imprensa brasileira noticiou hoje à tarde que o corpo de Antunes Filho será velado no Teatro Sesc Anchieta, em São Paulo, seguindo-se a cremação em Vila Alpina, na zona leste da cidade.

LEIA MAIS

Previsão do tempo para sábado, 4 de maio

 

 

Impala Instagram


RELACIONADOS