Moçambique com a terceira maior percentagem de casos de malária no mundo

Moçambique é o país com a terceira maior percentagem (5%) de casos de malária no mundo e o oitavo onde a doença mais mata (3% do total de vítimas), segundo a Organização Mundial de Saúde.

Moçambique com a terceira maior percentagem de casos de malária no mundo

A OMS aponta para uma estimativa entre 12.200 a 17.200 mortes provocadas por malária em 2017 em Moçambique, valores em queda desde 2010, ano em que o intervalo variava entre 14.200 e 20.900 mortes.

Quanto ao número de casos, as estimativas da organização apontam para um intervalo muito largo, que varia entre um mínimo de 7,3 milhões e um máximo de 13,5 milhões de casos que se calcula tenham existido no país em 2017, a partir da amostragem recolhida.

Em Angola, para quase a mesma população em risco (cerca de 29,8 milhões) as estimativas de 2017 apontam para a existência de 3,1 a 6,6 milhões de casos de malária, que terão resultado em 5.900 a 9.210 mortes.

A OMS estima que, apesar de uma diminuição de casos desde 2010, o número de mortes em Angola se tenha mantido quase inalterado no mesmo período.

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Tal como nos anos anteriores, Moçambique e Angola surgem como os países lusófonos mais afetados pela malária, enquanto Timor-Leste, Cabo Verde e São Tomé são os territórios onde a doença é menos problemática.

Timor-Leste é o país lusófono com maior redução proporcional no número de casos e mortes: houve 200 vítimas mortais em 2010, mas não houve nenhuma nos últimos três anos, e o número de casos desceu da casa dos 100.000 para menos de 50 em 2017.

Em São Tomé e Príncipe, além de um pico entre 2011 e 2013, em que se registaram 12.550 casos num só ano, os números têm se mantido estáveis em redor dos dois mil casos anuais, sem mortes desde 2014.

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Em Cabo Verde, os números são reduzidos, mas houve um aumento de sete casos de malária em 2015 para 48 em 2016 e quase nove vezes mais em 2017, com um total de 423 – dos quais resultou uma vítima mortal.

Nestes três territórios (Timor-Leste, Cabo Verde e São Tomé) há iniciativas em curso para erradicação da malária.

No maior país do mundo a falar português, o Brasil, a OMS registou 30 mortes por malária em 2017, um número em redução desde 2010, ano em que houve 76 vítimas.

O número de casos aumentou entre 2016 e 2017, estimando-se que possa ter afetado entre 196.000 e 236.000 pessoas no último ano, mas, ainda assim, a OMS nota que o Brasil está num grupo de seis países da sub-região das Américas que deverá conseguir reduzir entre 20% a 40% o número de ocorrências de malária na década (entre 2010 e 2020).

Na Guiné-Bissau, não tem havido evolução desde 2010 e estima-se que tenha havido entre 600 a 800 mortes por malária em 2017, num universo de casos que pode chegar aos 260 mil – o país tem cerca de milhão e meio de habitantes.

Na Guiné Equatorial, mais recente membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o número de mortes terá caído para menos de mil, mas o número de casos tem vindo a aumentar e a OMS teme que possam chegar a afetar metade dos 1,2 milhões de habitantes.

Portugal, assim como o resto da Europa, são considerados territórios livres de malária.

Moçambique é o terceiro país com mais vítimas

Moçambique é o país com a terceira maior percentagem (5%) de casos de malária no mundo e o oitavo onde a doença mais mata (3% do total de vítimas), segundo o relatório anual hoje divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Só a Nigéria (25%) e a República Democrática do Congo (11%) têm parcelas maiores na repartição do número de casos estimados, o que faz de Moçambique o país lusófono mais afetado pela malária – Angola surge em 13.º lugar com 2% do total mundial de casos.

Ainda assim, a agência das Nações Unidas refere no relatório de hoje que “a transmissão da doença está estabilizada” em Moçambique e os dados mostram que o país está a conseguir reduzir o número de mortes por malária – apesar do elevado crescimento populacional, a rondar 21%: de 24,5 milhões de habitantes em 2010 para 29,6 milhões em 2017.

Malária mata menos mas continua ‘viva’

“Ninguém deveria morrer de malária”, uma doença que pode ser evitada e tratada, mas a luta “está a estagnar, colocando em risco anos de trabalho, investimento e sucesso na redução” do número de pessoas afetadas, refere o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, no relatório anual sobre a situação da malária no mundo.

O documento lançado hoje numa cerimónia pública na capital moçambicana, Maputo, anuncia uma estratégia “mais agressiva” de ataque à doença, procurando uma maior mobilização da classe política dos países mais afetados – entre os quais, Moçambique.

“Quando os países dão prioridade à ação contra a malária, vemos os resultados em vidas que são salvas e em redução de casos”, acrescenta Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para África.

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