Recomeça o julgamento do caso de Valentina, a menina que morreu em Peniche às mãos o pai e da madrasta. Na primeira parte do julgamento, que teve início esta quarta-feira, dia 17 de fevereiro, prestaram declarações os arguidos, Márcia e Sandro Bernardo. Cada um, por sua vez, imputou responsabilidades ao outro.

“Estou muito arrependido. A Márcia começou a dizer coisas, a encher-me a cabeça”, disse Sandro, que negou ter batido à filha. Disse que tentou impedir Márcia de bater em Valentina mas que pelo respeito que lhe tinha, fez o que esta mandava.

Por seu lado, Márcia diz que Sandro batia regularmente na menina e que foi este quem a agrediu violentamente até à morte. Disse ainda que fez tudo o que Sandro lhe disse por medo, porque sofria de violência doméstica e tinha receio que este fizesse mal aos seus filhos.

Durante toda a manhã Márcia chorou e mostrou-se visivelmente incomodada, já Sandro, teve um discurso frio.

A sessão recomeça com Sónia Fonseca, mãe de Valentina, que começa por relatar a relação casual que teve com o pai de Valentina e como este só soube da existência da menina quando esta já era nascida. No que toca às idas de Valentina para casa do pai, Sónia reforça que a filha nunca se queixou e que falava de Márcia com carinho.

Em dois meses, Sónia falou ao telefone com a filha uma única vez

Sónia justifica a falta de comunicação com a filha dizendo que a menina não gostava de falar ao telefone. No entanto diz que semanalmente trocava mensagens com Márcia. Sónia reiterou ainda que nunca ninguém – nem a filha – lhe falou sobre qualquer tipo de abuso sexual.

A Procuradora da República prescindiu de 10 testemunhas, ficando a lista apenas com 16. A testemunha seguinte é o irmão de Sandro.

• Márcia e Sandro estão acusados de homicídio, ocultação de cadáver e violência doméstica. Arriscam 25 anos de cadeia.

  Texto: Marta Amorim

Siga a Impala no Instagram