Espanha. Madrasta de Gabriel condenada a prisão perpétua

Ana Julia Quezada, de 45 anos, foi declarada, no passado dia 19 de setembro, culpada da morte de Gabriel, de oito anos, filho do seu então parceiro.

Ana Julia Quezada, de 45 anos, foi condenada, esta segunda-feira, 30 de setembro, a prisão perpétua com revisão, em Espanha. A madrasta de Gabriel foi declarada, no passado dia 19 de setembro, culpada da morte do enteado, de oito anos. O menino foi dado como desaparecido a 27 de fevereiro de 2018 em Las Hortichuelas de Níjar, Espanha. O corpo do menor acabou por ser encontrado na bagageira do carro da dominicana.

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Madrasta de Gabriel é a primeira mulher condenada a esta pena em Espanha

Quezada é a primeira mulher a ser condenada a prisão perpétua com revisão em Espanha. Até ao momento, foram condenados 10 homens a esta pena. Um em 2017, quatro em 2018 e cinco este ano. A madrasta da vítima foi também condenada pelos danos psíquicos que causou aos pais de Gabriel

A prisão perpétua com revisão é a pena máxima em Espanha e entrou em vigor a 31 de março de 2015. Segundo o Código Penal espanhol, esta pena é aplicável aos crimes contra a humanidade, ao assassinato do rei de Espanha ou um chefe de estrangeiro, cujo crime seja cometido em território espanhol, a um crime cometido por uma organização terrorista, um assassinato de mais de três pessoas ou um assassinato de uma menor de 16 anos, como é o caso de Gabriel Cruz, que tinha apenas oito anos.

Esta pena não tem tempo definido e está sujeita a revisões que podem diminuir os anos de prisão. Quando é cumprida uma parte da pena, que varia entre entre os 25 ou 35 anos, o tribunal deverá rever se a prisão deve ser mantida a cada dois anos.

Ana Julia Quezada diz que matou o enteado acidentalmente

A mulher confessou o crime em 2018. Explicou que matou Gabriel acidentalmente depois de terem começado a discutir porque o menino não aceito ser repreendido por esta. Na passada terça-feira, Ana Julia Quezada revelou mais pormenores. Revelou que o enteado lhe chamou «negra» e que terá dito para ela voltar par ao seu país.

«Vi o Gabriel com um machado. Disse-lhe: ‘Larga isso, que ainda te magoas’. Começou a gritar: ‘Não mandas em mim, não és a minha mãe. És negra, feia e tens um nariz feio, não te quero com o meu pai. Quero que o meu pai se case com a minha mãe. Quero que voltes para o teu país’. Eu simplesmente tapei-lhe a boca, não o queria magoar. Só queria que se calasse. Não queria matar o rapaz», explicou a mulher no tribunal de Almería, citada pelo El País. «Só sei que pus uma mão na boca e no nariz (de Gabriel) para que parasse de dizer essas coisas. Não sei onde pus a outra, na nuca, na frente, na cara… Foram momentos muito rápidos, estava muito nervosa.»

Suspeita apanhada com o corpo do Gabriel na bagageira do carro

A dominicana disse que ficou nervosa quando viu que o rapaz de oito anos não respirava. «Quando o soltei, pus-lhe a mão no peito e vi que não respirava. E fiquei de pé, bloqueada.» Seguiram-se vários cigarros. Depois, assustada, Ana Julia Quezada decidiu esconder o corpo da criança num buraco que existia perto da piscina da respetiva casa. Duas semanas depois, a suspeita foi apanhada pelas autoridades a viajar de carro com o cadáver do menino na bagageira.

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