Dono do terreno é primo de Julen e pode ser acusado de homicídio por negligência

As autoridades espanholas estão a investigar as circunstâncias que levaram à morte de Julen, o menino de dois anos que caiu num furo em Málaga e que foi encontrado sem vida 13 dias depois.

As autoridades espanholas estão a levar a cabo uma investigação para apurar as causas que levaram a que Julen caísse sobre um poço ilegal, numa propriedade em Totálan, Málaga.

O menino de dois anos foi encontrado 13 dias depois da queda, numa operação que moveu bombeiros, mineiros e polícias. O funeral realizou-se este domingo, dia 27 de janeiro. A Guardia Civil pretende agora determinar o grau de responsabilidade a ser atribuído ao dono do terreno, David, que é também primo de Julen, e ao responsável pela construção do poço, António Sánchez.

Segundo o ‘El Mundo’, os dois homens podem ser acusados de homicídio por negligência, e enfrentar uma pena de prisão que poderá ir de um até quatro anos. Os suspeitos já prestaram declarações junto das autoridades que pretendem saber se estes tinham conhecimento de que o poço estava mal protegido e que poderia ser um risco para a integridade física de Julen.

António Sánchez disse à Guardia Civil que tapou o buraco com pedras. David disse que o buraco estava aberto. O Serviço de Proteção da Natureza (Seprona) está a investigar se movimentos de terra provocados por trabalhos feitos na região poderiam ter desviado a pedra com que Antonio terá tapado o poço.

Documentos provam que o poço não tinha autorização legal

A juíza responsável pelo caso, María Elena Sancho, teve acesso a documentos e provas que indicam que o furo de prospeção de água, aberto a 18 de dezembro, e as obras feitas nos dias anteriores ao fatídico acidente, não tinham nenhum tipo de autorização legal.

Os agentes referem que não foram tomadas quaisquer medidas de segurança na construção deste poço. David e António Sánchez podem vir a ser acusados de homicídio por negligência.

«Nós achamos que o dono da propriedade sabia da existência do poço e encomendou as obras ilegais. Organizou uma reunião familiar com crianças pequenas sem medidas de segurança que pudessem evitar que alguém caísse», referiu um dos investigadores.

«O responsável pelo poço alegou que o dono da propriedade lhe tinha dito que tinha todas as autorizações para a obra, enquanto o proprietário do terreno alega que o responsável pelas obras disse que estaria tudo feito segundo as normas», comentou um dos agentes responsáveis pela investigação ao El Mundo.

Os pais da criança podem pedir uma indemnização pelos danos causados e o Estado espanhol pode reclamar os custos das operações de resgate que terão chegado aos dois milhões de euros.

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