Juiz nega pedido de Ricardo Salgado para suspender julgamento

Ricardo Salgado vai mesmo a julgamento. O juiz Francisco Henriques recusou a suspender apesar do diagnóstico de doença de Alzheimer.

Juiz nega pedido de Ricardo Salgado para suspender julgamento

O juiz Francisco Henriques recusou suspender o julgamento de Ricardo Salgado, dá conta a Rádio Renascença. A defesa do antigo banqueiro pediu a suspensão do processo, no qual o ex-presidente do Banco Espírito Santo é arguido, com base num atestado médico a comprovar que sofre de Alzheimer. “Após toda a investigação realizada, podemos agora concluir pelo diagnóstico de doença de Alzheimer. Este diagnóstico resulta da combinação da documentação de um declínio cognitivo progressivo e clinicamente relevante em múltiplos domínios cognitivos compatível com o diagnóstico de demência”, pode ler-se no requerimento apresentado pelos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce.

Ricardo Salgado responde por três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de 10 milhões de euros no âmbito da Operação Marquês, do qual este processo foi separado.

Salgado passa recibo verde de 8,5 milhões

Ricardo Salgado entregou nas Finanças, em 2012, três declarações de substituição do IRS de 2011. Numa delas, escreve o Correio da Manhã, o ex-banqueiro declarou 8,5 milhões de euros que recebeu de um empresário angolano através de um recibo verde. Esta verba foi oferecida em 2011 por José Guilherme, um construtor civil da Amadora, e declarada por Ricardo Salgado como rendimentos de trabalho independente oriundos de Angola. O banqueiro justificou esta quantia como um presente de José Guilherme em troca dos conselhos que lhe dera para investimentos em Angola.

Transferências feitas para offshores

Salgado terá recebido uma parte das verbas de José Guilherme, segundo o caso Monte Branco, através de um familiar do construtor. A partir de uma conta no BES Angola (BESA), em 2011, foram feitas cinco transferências para a conta da Savoices, offshore de Salgado, no total de 11 milhões de dólares (8,5 milhões de euros). Três dessas operações, no valor de 7,5 milhões de dólares, terão sido feitas pelo familiar do empresário. O ex-banqueiro ainda tentou declarar essa verba como uma liberalidade (uma transmissão gratuita de bens), mas o Fisco não aceitou tal situação.

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