Joana Amaral Dias revoltada com o Serviço Nacional de Saúde após morte do pai por «negligência»

Joana Amaral Dias falou pela primeira vez publicamente sobre a morte do pai e, revoltada, fala em negligência e incompetência do Serviço Nacional de Saúde.

Joana Amaral Dias revoltada com o Serviço Nacional de Saúde após morte do pai por «negligência»

Joana Amaral Dias esteve este sábado, dia 7 de dezembro, da SIC Notícias para falar pela primeira vez sobre a morte do pai. Carlos Amaral Dias, psicanalista, de 73 anos, morreu na terça-feira, dia 3 de dezembro, enquanto era transportado pelo Inem para o Hospital de São José, em Lisboa.

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A ex-deputada do Bloco de Esquerda revelou que o pai se sentiu mal às 9h00, a ambulância foi chamada poucos minutos depois e que o psicanalista só deu entrada na unidade hospitalar duas horas depois e já sem vida. «O meu pai vive no Marquês de Pombal. O trajeto da sua residência até ao São José é bastante curto. O que aconteceu foi um cocktal fatal de acidentes, negligência e incompetência», escreveu Joana Amaral Dias na legenda de um vídeo que partilhou no Instagram, que retrata um excerto da entrevista.

«Vivemos num país que cortou no essencial»

«Houve uma ambulância que avariou, mas também se verificaram demoras e a chegada do carro do Inem só com um técnico e sem o equipamento de reanimação como a situação estritamente ditava. O resultado foi a morte. Pedimos autópsia e o Inem abriu um inquérito. Aguardamos os resultados», acrescentou.

Revoltada, Joana Amaral Dias criticou o Serviço Nacional de Saúde e afirmou que a população portuguesa está «vulnerável, desprotegida e entregue à sorte»: «Se os impostos que pagamos não servem para acudir em situações limite, para que é que servem? Para salvar bancos? E se isto pode acontecer com um homem de 73 anos a viver no centro de Lisboa, pode suceder a qualquer um de 20 ou 30, em Viseu ou em Faro, ou no interior desertificado. Pode acontecer a qualquer um. Vivemos num país que cortou no essencial, deixou a gordura e talhou o osso, deixando as populações vulneráveis, desprotegidas e entregues à sua sorte.»

«É verdade que o meu pai era um doente com diversas patologias graves cuja expectativa de vida era já limitada. Mas certamente merecia ter partido em paz e com outra tranquilidade, com a mão segura pelos que amava, com os olhos postos nos que tinha. O meu pai foi estudante de medicina em Coimbra. Deu os seus melhores anos ao Serviço Nacional de Saúde, no qual deixou talento e pele. Morreu sozinho em agonia dentro de uma ambulância que não dispunha dos meios para o acudir. Que a sua partida sirva para que todos nós e finalmente rejeitemos este futuro», terminou.

Texto: Mafalda Mourão

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