Hacker do Benfica vai ser extraditado para Portugal

Apesar de ter pedido em tribunal para não ser extraditado, por uma questão de “vida ou de morte”, a justiça decidiu extraditar o hacker do Benfica.

Hacker do Benfica vai ser extraditado para Portugal

O hacker do Benfica, colaborador do ‘Football Leaks’, chegou esta terça-feira, 5 de março, ao Tribunal Metropolitano de Budapeste e pediu para não ser extraditado, alegando tratar-se de uma “questão de vida ou morte”.

A sessão começou às 09h15 (hora de Lisboa) e serviu para as partes apresentarem ao tribunal os respetivos fundamentos. Rui Pinto, que está em prisão domiciliária em Budapeste desde 18 de janeiro, será imediatamente extraditado para o país de origem.

Rui Pinto foi detido em 16 de janeiro, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por duas situações: acesso aos sistemas informáticos do Sporting Clube de Portugal (SCP) e do fundo de investimento ‘Doyen Sports’ e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de jogadores do SCP e do então treinador Jorge Jesus, assim como de contratos celebrados entre a ‘Doyen’ e vários clubes de futebol.

“Tudo o que fiz foi pelo interesse público”

“Eu vivo em Budapeste desde fevereiro de 2015. Os factos foram cometidos em território húngaro. Nunca recebi nenhum valor monetário pelo que fiz. Tudo o que fiz foi pelo interesse público, porque era necessário expor e levar as autoridades europeias a aperceberem-se da criminalidade à volta do futebol”, afirmou Rui Pinto em tribunal, segundo a edição online do Correio da Manhã.

“Em Portugal há o [caso] e-toupeira, de certeza que já ouviu falar sobre isso. São vários os casos. Não posso nem é possível confiar nas autoridades portuguesas”, sublinhou.

“As autoridades portuguesas nunca me tentaram contactar. Sabem a minha morada registada em Portugal, o meu número de telemóvel, mas nunca me enviaram uma carta. Peço à juíza que não me envie para Portugal. É uma questão de vida ou de morte”, apelou Rui Pinto.

Em 13 de fevereiro deste ano, o tribunal húngaro rejeitou o recurso do Ministério Público daquele país para que Rui Pinto passasse a prisão preventiva, mantendo o português em prisão domiciliária, enquanto aguarda o desenrolar do processo de extradição para Portugal, ao qual se opôs.

Rui Pinto terá acedido, em setembro de 2015, ao sistema informático da “Doyen Sports Investements Limited”, com sede em Malta, que celebra contratos com clubes de futebol e Sociedades Anónimas Desportivas (SAD).

O ‘hacker’ é também suspeito de aceder ao email de elementos do conselho de administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD ‘leonina’.

Rui Pinto está indiciado de seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.

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