Fuga de combustível interrompe contagem decrescente para teste de foguetão

A NASA interrompeu hoje a contagem decrescente para o lançamento do voo de teste do seu novo foguetão lunar devido a uma fuga de combustível, anunciou a agência espacial norte-americana.

Fuga de combustível interrompe contagem decrescente para teste de foguetão

A fuga ocorreu no mesmo local em que surgiram infiltrações durante um teste de contagem decrescente na primavera, segundo a agência norte-americana AP. Ao detetarem a fuga, os controladores de lançamento do foguetão interromperam a operação de abastecimento, que já estava atrasada uma hora devido a trovoadas no mar.

O processo foi retomado lentamente para verificar se a fuga de hidrogénio poderá piorar, o que, a acontecer, deverá pôr fim à contagem decrescente. O lançamento do foguetão, sem tripulação, está previsto para ocorrer hoje, durante uma “janela de oportunidade” de duas horas que se abre às 13:33 de Lisboa.

A NASA tinha indicado que se o voo não fosse possível hoje, haveria mais duas datas possíveis, 02 e 05 de setembro. Este voo de teste, a partir do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Florida, destina-se a colocar uma cápsula de tripulação na órbita da Lua pela primeira vez em 50 anos. O foguetão, de 98 metros de altura, é o mais poderoso de sempre construído pela NASA, ultrapassando o Saturn V que levou os astronautas à lua há meio século.

O lançamento destina-se a colocar em órbita lunar a cápsula Orion, que em vez de astronautas transporta três manequins de teste. A missão de órbita lunar tem uma duração prevista de seis semanas. Mesmo sem ninguém a bordo, milhares de pessoas prepararam-se para ver o lançamento do foguetão SLS, a sigla em inglês de Sistema de Lançamento Espacial.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, voou para Orlando com o marido, mas ainda não tinha feito a viagem de carro até ao Cabo Canaveral para o lançamento quando ocorreu a interrupção da contagem decrescente, segundo a AP. As fugas de combustível prejudicaram o teste de contagem decrescente da NASA em abril, o que provocou uma série de reparações.

O teste foi repetido com mais sucesso em junho, mas também foram detetadas algumas fugas. Os técnicos disseram que não saberiam ao certo se as reparações seriam suficientes até carregarem hoje os tanques do foguetão. A missão Artemis I tem sofrido vários atrasos que levaram a que o orçamento deste teste em órbita lunar custasse 4.100 milhões de dólares (mais de 4.130 milhões de euros, ao câmbio atual).

Depois da missão Artemis I, a NASA espera em 2024 levar astronautas para a órbita da Lua (Artemis II) em 2024, e para a sua superfície (Artemis III) no final de 2025. Com o programa lunar Artemis, a NASA espera “estabelecer missões sustentáveis” na Lua a partir de 2028, com o intuito de enviar posteriormente astronautas para Marte.

A partida para estas missões lunares ou para Marte será feita de uma estação espacial a instalar na órbita da Lua, a Gateway. Apenas astronautas norte-americanos, 12 ao todo, estiveram na superfície da Lua, entre 1969 e 1972, no âmbito do programa Apollo.

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