Ex-produtor Harvey Weinstein condenado a 16 anos de prisão por violação

O ex-produtor de cinema norte-americano Harvey Weinstein foi hoje condenado a 16 anos de prisão em Los Angeles, por violação e agressão sexual, em 2013, de uma modelo italiana num hotel de Beverly Hills.

Ex-produtor Harvey Weinstein condenado a 16 anos de prisão por violação

O ex-produtor de cinema norte-americano Harvey Weinstein foi hoje condenado a 16 anos de prisão em Los Angeles, por violação e agressão sexual, em 2013, de uma modelo italiana num hotel de Beverly Hills. Weinstein, de 70 anos, já se encontra a cumprir uma sentença de 23 anos de prisão, após a sua condenação em Nova Iorque, em 2020, por acusações semelhantes e das quais recorreu. A defesa do ex-produtor também recorreu da condenação de hoje em Los Angeles, noticiou a agência France-Presse (AFP). “Afirmo que sou inocente. Nunca violei ou agredi sexualmente Jane Doe 1”, destacou Weinstein, referindo-se à modelo italiana que chorou em tribunal enquanto o ex-produtor falava.

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Esta mulher, identificada apenas como Jane Doe 1, contou em tribunal como aquele crime mudou a sua vida: “Eu estava animada com o meu futuro. Tudo mudou depois do réu me agredir brutalmente. Não há sentença de prisão longa o suficiente para desfazer o dano”. A juíza do Tribunal Superior de Los Angeles, Lisa B. Lench, proferiu hoje a sentença depois de rejeitar uma moção dos advogados de Weinstein para um novo julgamento. Em 19 de dezembro de 2022, Weinstein foi a considerado culpado de violação e duas agressões sexuais, quase metade das acusações pelas quais havia sido processado por quatro mulheres, no final do seu julgamento em Los Angeles. Os jurados, no entanto, consideraram-no inocente das acusações de uma segunda mulher e não emitiram um veredicto sobre as acusações de outras duas.

“Afirmo que sou inocente”

Weinstein que produziu sucessos premiados como Pulp Fiction (1994) ou O Artista (2011), já tinha sido condenado em Nova Iorque, em 2020, a 23 anos de prisão por ações semelhantes. A queda desta figura do cinema em 2017 libertou as vozes de muitas mulheres e gerou o movimento #MeToo. Neste segundo julgamento, quatro mulheres testemunharam anonimamente contra Weinstein. A defesa do ex-produtor procurou lançar dúvidas sobre a palavra das quatro queixosas, destacando em particular a ausência de provas forenses para apoiar as suas histórias. Após a condenação criminal do ex-produtor, a modelo, reconhecida como vítima no final do julgamento, apresentou queixa no início de fevereiro, num tribunal de Los Angeles, para obter uma indemnização civil, embora não tenha sido especificado o valor reclamado.

Em 2021, um acordo civil tinha concedido 17 milhões de dólares (cerca de 16 milhões de euros) a várias dezenas de mulheres que acusavam o ex-produtor, mas esta mulher não era uma delas. Rumores sobre o comportamento de Weinstein circulavam há anos em Hollywood, com o escândalo a ‘rebentar’ finalmente em 2017, graças às investigações da imprensa que compilaram várias acusações. Desde então, quase 90 mulheres, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rosanna Arquette, acusaram Harvey Weinstein de assédio, agressão sexual ou estupro. Além dos processos criminais nos Estados Unidos, o ex-produtor também é acusado no Reino Unido por agressões sexuais que datam de 1996.

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