Ensino privado reclama igualdade nos apoios atribuídos pelo Estado aos alunos

As associações representativas das instituições de ensino privado juntaram-se para reclamar igualdade na atribuição de apoios públicos aos alunos, defendendo o direito à escolha das famílias, mas também que o Estado está a poupar com os colégios.

Ensino privado reclama igualdade nos apoios atribuídos pelo Estado aos alunos

Ensino privado reclama igualdade nos apoios atribuídos pelo Estado aos alunos

As associações representativas das instituições de ensino privado juntaram-se para reclamar igualdade na atribuição de apoios públicos aos alunos, defendendo o direito à escolha das famílias, mas também que o Estado está a poupar com os colégios.

A posição foi assumida num memorando de entendimento para “aprofundar e reforçar direitos e liberdades”, assinado entre a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Associação Nacional de Escolas Profissionais, Associação Portuguesa de Escolas Católicas e Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado.

De acordo com o diretor executivo da AEEP, é a primeira vez que se juntam as quatro associações, representativas das instituições de ensino privado, do pré-escolar ao superior, e uma das prioridades partilhadas é agir contra aquilo que consideram ser uma discriminação, por parte do Estado, dos alunos do setor privado.

“Na atualidade, continuam a ser tratados como cidadãos de segunda categoria por causa da sua opção”, começou por dizer Rodrigo Queiroz e Melo, em declarações à Lusa, acrescentando que “não faz sentido a discriminação que existe entre alunos pelo facto de estarem no ensino particular e cooperativo”.

O dirigente da AEEP deu como exemplos a política de gratuitidade dos manuais escolas, a distribuição de computadores e a ação social escolar, medidas que se destinam apenas aos alunos do ensino público.

Mas por que motivo deveria o Estado assegurar estes apoios aos estudantes do setor privado, quando existe escola pública? Rodrigo Queiroz e Melo responde que, por um lado, as famílias têm direito a optar pelo ensino privado, não podendo ser excluídas de medidas sociais com base nessa escolha.

Por outro lado, sublinhou que, atualmente, cerca de 20% dos alunos estudam em instituições de ensino privadas e que, se encerrassem, não haveria espaço para todos na escola pública.

“Não cabem todos nas folgas do setor público, porque não há escolas sem alunos”, afirmou, argumentando que o custo para o Estado decorrente do encerramento dos colégios e universidades privadas seria bastante superior e que, desta forma, o setor privado “está a poupar muito dinheiro aos contribuintes”.

Para as associações, trata-se de uma questão de justiça para com as famílias, “duplamente tributadas, porque pagam impostos e pagam a mensalidade” das escolas.

“É tempo de o setor, em conjunto, procurar alterar o ‘status quo’ com vista a um reconhecimento pleno da liberdade de educação em termos regulamentares e do direito de todos os alunos portugueses serem tratados em paridade no que se refere aos apoios do Estado à educação e formação”, sublinham as associações em comunicado.

Nesse sentido, comprometem-se a promover um estudo sobre a contribuição do ensino e formação não estatais para o PIB e para a poupança do Estado em educação e formação, e a apresentar propostas com vista a aumentar a dedução à coleta de despesas com anuidades e propinas em sede de IRS.

De acordo com Rodrigo Queiroz e Melo, no âmbito do memorando de entendimento assinado, as quatro associações vão também unir esforços para melhorar a qualidade de ensino e aprofundar a colaboração entre os diferentes níveis de ensino.

 

MYCA // FPA

By Impala News / Lusa

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