Deco quer obrigar governo a proibir produtos demasiado embalados

Deco vai pressionar o Governo e acompanhar os fabricantes na redução das embalagens dos produtos, “em nome de um futuro sustentável”.

Deco quer obrigar governo a proibir produtos demasiado embalados

Ao chegar ao supermercado, por que mistério insondável uma pasta de dentes, já protegida por uma embalagem de plástico e pronta a usar, tem de vir engalanada numa caixa de cartão? Quantas vezes já se perguntou “mas para quê tudo isto”? A questão exemplifica a chamada de atenção da Deco para uma ação que pretende alertar os consumidores a alterarem hábitos e a pressionar o legislador a mexer nas leis. “Em Portugal e noutros países, algumas marcas abandonaram este expediente inútil. Já é possível ver pastas de dentes à venda sem o cartão extra a encerrá-las. E este é apenas um exemplo. Algumas marcas reduziram a quantidade de embalagem nos produtos em que isso é possível, ou seja, sem que a alteração comprometa a conservação.”

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Por isso, a Deco, “com a ajuda dos consumidores”, quer “pressionar o Governo e trabalhar com as marcas”. “Não queremos embalagens desnecessárias em produtos como frutas e legumes frescos, iogurtes sólidos, conservas em garrafa, dispositivos eletrónicos, entre muitos outros.” A associação portuguesa que representa os consumidores conta, por isso, “com a sua ajuda”. “Sempre que vir um produto com excesso de embalagem, fotografe-o e partilhe a imagem no site da campanha. Analisaremos o produto e, se for um caso de sobre-embalagem, vamos incluí-lo na nossa lista e contactar a marca para, em conjunto, construirmos novas soluções.”

Deco aponta vantagens para o Ambiente

Deco quer obrigar governo a proibir produtos demasiado embalados
Redução de embalagens “alivia o impacto ambiental” e “ajuda à preservação de recursos naturais e ecossistemas

A redução de embalagens “alivia o impacto ambiental”. “Reduz-se a extração de materiais para a produção da embalagem, o que ajuda à preservação de recursos naturais e ecossistemas, e diminui-se a quantidade de resíduos gerados. A limitação do volume associado a cada produto pode levar também a reduções ao nível dos transportes relacionados com as entregas e em termos de espaço necessário para armazenar e expor”, explica. “Por sua vez, isto pode traduzir-se num corte dos custos de um produto, da origem até à venda, o que poderá levar a uma descida do preço de venda aos consumidores.”

Dez soluções para mudar os hábitos do mercado

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“Venda de produtos em embalagens multipack deve recorrer a processos de ligação mínima entre cada unidade”

A Deco – Defesa do Consumidor aponta “dez soluções para mudar o mercado”. “A começar, queremos trabalhar com as marcas para que otimizem a apresentação da informação obrigatória nos produtos. Por exemplo, através da colocação da informação apenas na embalagem primária ou em rótulos desdobráveis.” Sempre que possível, “vamos exigir que se elimine o embalamento de frutas e vegetais frescos, para diminuir os resíduos e evitar o desperdício”. “A venda de produtos em embalagens grupadas ou multipack, como iogurtes ou bebidas, deve recorrer a processos de ligação mínima entre cada unidade e, de preferência, sem plástico ou cartão.”

Participar na ação #exijoforadacaixa

Deco quer obrigar governo a proibir produtos demasiado embalados
Defesa do Consumidor pretende também “que seja posto em prática o ecodesign”

“Queremos, ainda, a eliminação de embalagens secundárias em produtos em que não tragam valor acrescentado. Além disso, queremos embalagens que sejam constituídas apenas por um material reciclável, e não as que recorrem a diferentes tipos de materiais ou a materiais compostos, que podem prejudicar a reciclagem”, exige a Deco nesta ação com a hashtag exijoforadacaixa. A Defesa do Consumidor pretende também “que seja posto em prática um termo há muito na moda: o ecodesign”. Ou seja, “que as embalagens estejam em estrito cumprimento das normas de ecodesign definidas para cada tipologia de produto, sem que haja utilização ou conjugação de materiais com impacto negativo na triagem e na reciclagem”.

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De acordo com a Deco, a embalagem “deve ser proporcional à quantidade e ao volume de produto, exceto nas situações em que seja necessária para a conservação deste (certos alimentos, entre outros exemplos)”. “A venda a granel de produtos sem necessidades especiais de conservação deve ser promovida. O mesmo se aplica à reutilização de embalagens secundárias e terciárias ao nível de transporte e armazenamento, sempre que for possível. Devem ainda ser definidos limites mínimos para a incorporação de material reciclado nas embalagens”, solicita a associação portuguesa de defesa do consumidor, que apela a que todos ‘embalem’ nesta ação.

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