Máscaras devem ser usadas de forma universal, defendem médicos

Ordem dos Médicos defende que critérios para uso universal das máscaras pelos profissionais de saúde e pela população devem ser revistos para evitar a propagação da covid-19.

Máscaras devem ser usadas de forma universal, defendem médicos

A Ordem dos Médicos (OM) defende que os critérios para uso universal das máscaras de proteção individual pelos profissionais de saúde e pela população em geral devem ser revistos para melhor evitar a propagação da covid-19. Numa nota hoje divulgada, a OM defende que a Direção-Geral da Saúde (DGS) deve rever e operacionalizar, com caráter de urgência, os critérios de utilização universal das máscaras de proteção individual, sobretudo nos espaços públicos onde a distância de segurança seja mais difícil de manter. O gabinete de crise da OM diz também que o Governo deve «assegurar o fornecimento ininterrupto dos equipamentos de proteção individual indispensáveis à segurança de quem cuida dos portugueses, dos profissionais de saúde e outros profissionais expostos ao exercício das suas funções (forças de segurança, bombeiros e cuidadores)».

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DGS pediu parecer sobre uso generalizado de máscaras

A posição de OM surge depois de a ministra da Saúde ter anunciado, numa entrevista à RTP, que a DGS pediu um parecer sobre o uso generalizado de máscaras para evitar a propagação da covid-19, tendo sido aconselhada a equacionar a medida. A DGS já tinha na semana passada alargado a recomendação para uso de máscaras a profissionais «fora das instituições de saúde» que lidem com doentes ou suspeitos e aos que prestam «serviços essenciais» à população. Numa norma publicada na sexta-feira, a DGS dizia que a máscara cirúrgica é «aconselhada fora das instituições de saúde» para quem possa «contactar diretamente com doentes suspeitos ou confirmados de covid-19», bem como «com material utilizado pelos doentes», abrangendo bombeiros, serviços de «limpeza e lavandaria», profissionais ou voluntários de lares ou «pessoas institucionalizadas», apoio «aos sem-abrigo» e funcionários de morgues ou cemitérios.

Guardas prisionais, forças de segurança, profissionais de alfândegas já têm recomendação

A DGS fez ainda uma lista de «grupos profissionais, tarefas ou situações em que pode ser aconselhado o uso de máscara cirúrgica», citando os guardas prisionais, forças de segurança, profissionais de alfândegas, aeroportos e portos e manutenção de ar condicionado; distribuição de bens essenciais ao domicílio; profissionais de limpeza de ruas e recolha de resíduos urbanos e trabalhadores no atendimento ao público, «quando não seja possível a instalação de barreira física». Na norma, a DGS refere que, durante a pandemia, a utilização de máscara cirúrgica «está recomendada» a pessoas com «sintomas de infeção respiratória», a «todas as pessoas no interior de instituições de saúde» e a «doentes imunossuprimidos nas deslocações esporádicas fora do domicílio», mas «aconselha» a máscara em várias outras situações.

Possibilitar, «em regime de voluntariado, a realização prioritária de testes de diagnóstico»

«Não obstante, a utilização de EPI fora das instituições de saúde está aconselhada para: profissionais ou pessoas que possam contactar diretamente com doentes suspeitos ou confirmados ou com material utilizado por estes doentes», alerta. No comunicado hoje divulgado, o gabinete de crise da OM defende ainda que deve ser melhorada a capacidade laboratorial dos testes de diagnóstico à covid-19 em termos de volume, acessibilidade e tempo de resposta. Salienta também a necessidade de possibilitar, «em regime de voluntariado, a realização prioritária de testes de diagnóstico quinzenais aos profissionais de saúde e outros profissionais expostos», assim como a «definição urgente, em colaboração com peritos, dos critérios de realização, interpretação e utilidade dos testes serológicos de avaliação de anticorpos».

Portugal regista 295 mortes e 11.278 casos de infeções pelo novo coronavírus

A OM insiste ainda na divulgação dos dados clínicos e epidemiológicos, “em formato anónimo, dos doentes com critérios de internamento e doentes falecidos, à comunidade médica e científica, de modo a identificar e maximizar fatores de intervenção e melhoria de atuação». Na nota, defende também a necessidade de «simplificar e desburocratizar os processos de aquisição de medicamentos, dispositivos e equipamentos vitais» e de «aproveitar e rentabilizar a onda de solidariedade e todas as ofertas da sociedade civil que podem fazer a diferença no combate à covid-19». Segundo o último balanço da DGS, Portugal regista 295 mortes e 11.278 casos de infeções pelo novo coronavírus, responsável pela doença covid-19. Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, está em estado de emergência até ao final do dia 17 de abril. O novo coronavírus já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 68 mil. Dos casos de infeção, mais de 238 mil são considerados curados.

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