Covid-19: Marrocos suaviza condições de acesso ao certificado de vacinação

O Governo marroquino anunciou hoje a possibilidade de os que receberam apenas a primeira dose da vacina contra a covid-19 poderem também obter um certificado de vacinação, embora provisório.

Covid-19: Marrocos suaviza condições de acesso ao certificado de vacinação

O Governo marroquino anunciou hoje a possibilidade de os que receberam apenas a primeira dose da vacina contra a covid-19 poderem também obter um certificado de vacinação, embora provisório. A intenção, apresentada hoje num comunicado governamental, surge depois de dias de protestos, a nível nacional, contra a imposição do documento em Marrocos para aceder a edifícios públicos e espaços privados.

No comunicado, o Governo marroquino apela aos cidadãos que acabaram de receber a primeira dose da vacinação para que continuem a respeitar as medidas de precaução enquanto aguardam pela segunda toma para que possam ficar imunizados. O executivo de Rabat recordou que o regresso à vida normal depende da participação em massa dos cidadãos na campanha coletiva de vacinação.

Marrocos impôs na quinta-feira passada e sem aviso prévio o certificado de vacinação para entrar em edifícios públicos, escolas, restaurantes, hotéis, pavilhões desportivos e outros espaços privados, bem como para que se possa deslocar entre cidades ou para fora do país.  Além disso, as autoridades de saúde iniciaram a administração da terceira dose de vacinação para todos os cidadãos.

A surpresa da imposição das restrições causou grande afluxo nos postos de vacinação, protestos em Rabat e o lançamento de vários apelos nas redes sociais contra o documento.

No entanto, e apesar da “suavização” governamental relacionada com os certificados de vacinação, mantêm-se para terça-feira algumas ações de protesto em várias cidades do país.

Domingo, num comunicado, a Ordem dos Advogados do Marrocos pediu o cancelamento da obrigatoriedade do certificado, alertando para a “ausência de base jurídica” para impedir o acesso dos cidadãos aos serviços públicos vitais.  Por sua vez, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH, estatal) exortou hoje os cidadãos a darem uma contribuição “consciente e responsável” à campanha de vacinação.

No entanto, ao mesmo tempo, o CNDH pediu ao Governo para intensificar a comunicação com os cidadãos não vacinados para encontrar alternativas e garantir o acesso aos diferentes serviços públicos para amenizar as medidas restritivas impostas.

Também hoje, na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde marroquino, Khalid Ait Taleb, destacou a melhoria da situação epidemiológica no país, que regista uma taxa de incidência de oito casos por 100 mil habitantes, além da diminuição contínua das mortes nas últimas 13 semanas.

O ministro destacou ainda que já foram administradas 44,8 milhões de doses, o que permitiu vacinar totalmente mais de 21,4 milhões de marroquinos (57,6% da população total).

Desde o início da pandemia de covid-19, Marrocos contabilizou mais de 944 mil casos, bem como cerca de 14.600 mortes. A covid-19 provocou pelo menos 4.945.746 mortes em todo o mundo, entre mais de 243,56 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

 

 

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