Covid-19: Aparecimento de novas variantes é expectável, diz microbiologista

O microbiologista João Paulo Gomes disse que é esperado em Portugal o aparecimento de novas variantes do coronavírus SARS-CoV-2 face ao desequilíbrio da vacinação contra a covid-19 no mundo.

Covid-19: Aparecimento de novas variantes é expectável, diz microbiologista

João Paulo Gomes, que trabalha no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), explicou que “enquanto houver grandes desequilíbrios” no mundo na vacinação contra a a covid-19 – com países com baixa taxa de imunização – “é mais do que normal que apareçam novas variantes” do SARS-CoV-2. Como consequência desse desequilíbrio na vacinação à escala global, “é esperado o aparecimento de novas variantes” mesmo em países como Portugal, onde existe “elevada taxa de vacinação” contra a covid-19, assinalou João Paulo Gomes.

O investigador do INSA explicou que nos países com baixa taxa vacinação há “mais vírus em circulação” que levam à “emergência de novas variantes”. Atualmente, a variante Delta do SARS-CoV-2, a mais contagiosa de todas e considerada de preocupação pela Organização Mundial da Saúde, domina à escala global, incluindo em Portugal.

Já o médico de saúde pública Pedro Pinto Leite realçou que o “sucesso da vacinação contra a covid-19 em Portugal antevê “provavelmente o fim de uma fase pandémica”, mas alertou para a necessidade de continuar a vigilância epidemiológica. Pedro Pinto Leite, responsável pelo tratamento de dados da pandemia da covid-19 na Direção-Geral da Saúde (DGS), falava na sessão de apresentação “Situação epidemiológica da covid-19 em Portugal”, na sede do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, em Lisboa. Segundo o especialista, a “vacinação é um sucesso” que “provavelmente” antecipa o “fim de uma fase pandémica”.

Em cada 15 internamentos apenas 1 tinha vacinação completa

Justificando a importância da vacinação, Pedro Pinto Leite destacou que em cada cinco casos de covid-19 quatro não tinham vacinação completa e em cada 15 casos de internamento hospitalar, 14 não possuíam o esquema vacinal concluído. O responsável da DGS realçou o decréscimo de vários indicadores epidemiológicos, como a incidência de contágios, a positividade (testes positivos ao novo coronavírus), internamentos hospitalares e mortalidade, que, neste último caso, está “abaixo do limiar” definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.

Para o futuro, Pedro Pinto Leite projetou três cenários, sendo que o menos grave pressupõe uma imunidade média de três anos e sem variante do coronavírus SARS-CoV-2 de preocupação e o mais grave que implica a circulação de uma estirpe de preocupação, uma imunidade média inferior e um “nível de resposta de mitigação”. O médico especialista em saúde pública alertou para a necessidade de se manter a monitorização e vigilância epidemiológicas, apontando que os próximos outono e inverno trazem novos desafios, atendendo à baixa de temperaturas e a circulação de outros vírus respiratórios.

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