Covid-19: Cientista diz que 501Y.V2 não é «variante sul-africana»

O epidemiologista sul-africano Salim Abdool Karim, especialista em doenças infecciosas, considera ser inapropriado referir-se à variante 501Y.V2 do novo coronavírus como uma “variante sul-africana”, sendo sim “uma detetada pela primeira vez” no país.

Covid-19: Cientista diz que 501Y.V2 não é «variante sul-africana»

Abdool Karim, que é diretor do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul (SAMRC, na sigla em inglês), e lidera o comité consultivo ministerial (MAC, na sigla em inglês) do Governo sul-africano para a covid-19, explicou que a variante 501Y.V2 do SARS-CoV-2 “não é uma variante sul-africana, mas uma estirpe que surgiu no país”.

Assim, “referir-se à 501Y.V2 como a variante sul-africana é inapropriado“, disse o investigador, citado pelo portal sul-africano TimesLive.

“Devo salientar que, embora o vírus nesta variante em particular tenha sido descrito pela primeira vez na África do Sul, ele poderá não ter emanado da África do Sul, é impróprio chamá-lo de variante sul-africana, é melhor chamá-lo pelo seu nome”, sublinha o professor da Universidade do KwaZulu-Natal, na África do Sul, e da Universidade Columbia, nos Estados Unidos.

A variante 501Y.V2 do novo coronavírus, descoberta por cientistas sul-africanos pela primeira vez no Cabo Oriental, foi considerada como sendo mais infecciosa do que o vírus original e, desde então, foi detetada em pelo menos 30 outros países, escreve a publicação online sul-africana.

Todavia, o portal acrescenta que “no início da semana, 11 pessoas testaram positivo com a 501Y.V2, em várias regiões de Inglaterra, sem terem tido qualquer contacto com outras pessoas que tinham viajado recentemente”, salientando que “o Governo do Reino Unido começou a testar pessoas em oito condados de Inglaterra, independentemente dos sintomas, na tentativa de identificar e erradicar a variante”.

No mês passado, refere a mesma fonte, um grupo de cientistas sul-africanos e internacionais apelaram a que se parasse de rotular o 501Y.V2 como a “variante sul-africana”, afirmando ser “injusto e prejudicial”.

“Poderia facilmente ter surgido noutro país, mas é apenas graças à nossa excelente vigilância genómica aqui na África do Sul, que sabemos mais sobre a mesma”, sublinhou o bio-informático Tulio de Oliveira, responsável da Plataforma de Sequenciamento de Pesquisa e Inovação KwaZulu-Natal (KRISP, na sigla em inglês) da Universidade de KwaZulu-Natal, litoral do país, citado pelo portal.

 

 

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