CDS-PP exige ao Governo e Infarmed acesso imediato a fármaco para Constança Bradell

O líder do CDS-PP exigiu hoje ao Infarmed e à ministra da Saúde que assegurem o acesso imediato e comparticipado ao novo fármaco para doentes com fibrose quística, considerando o atraso inaceitável e recusando o argumento da falta de dinheiro.

Francisco Rodrigues dos Santos discursou hoje, a partir da sede do CDS-PP, em Lisboa, na sessão de encerramento do XXIV Congresso Nacional da Juventude Popular, aproveitando o momento para falar do caso de Constança Bradell, uma jovem de 24 anos que sofre de uma doença rara, fibrose quística, “que não tem cura, mas cujos sintomas podem ser bastante atenuados se tiver acesso a um medicamento que o Estado ainda não legalizou”.

“Eu quero dizer à Constança, que já entregou uma petição pública no parlamento para que o processo de autorização da comercialização avance, de que da parte do CDS exigimos ao Infarmed e à ministra da Saúde que garantam o acesso imediato ao medicamento, comparticipado, porque não há nada que justifique esta demora inaceitável e que se apresente como barreira a este processo a falta de dinheiro”, afirmou.

O presidente do CDS-PP aproveitou este tema para acusar o Governo socialista de, no exercício da Presidência da União Europeia, esbanjar “milhões e milhões de euros em ajustes diretos para os amigos e para as suas negociatas”.

“Não se aceita que falte um cêntimo que seja para apoiar portugueses que precisam de qualidade de vida e acesso a medicamentos para poderem ter esperança e dignidade na sua doença”, criticou.

Para Francisco Rodrigues dos Santos, “a burocracia não pode estar à frente da vida dos portugueses”.

“Esse medicamento já está aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, mas a sua venda em Portugal ainda não é possível”, lamentou.

Segundo o democrata-cristão, há 400 portugueses com a mesma doença rara, doentes esses que “se tivessem acesso ao medicamento teriam hoje um horizonte de esperança e de qualidade de vida muito maior”.

Esta semana foi noticiado este caso de Constança Bradell, que se queixou da demora na aprovação em Portugal do inovador “Kaftrio”, destinado à fibrose quística, uma doença genética, hereditária e rara.

“Não quero morrer, quero viver”, escreveu a jovem numa mensagem pública numa rede social.

No sábado, o PAN defendeu que o Governo deve rapidamente proceder a todas as diligências para que as terapias inovadoras, que aguardam aprovação pelas entidades competentes, sejam disponibilizadas aos doentes de fibrose quística que delas necessitem.

O PS já avançou com um projeto de resolução no parlamento apelando ao Governo socialista para acelerar o processo de aprovação de um medicamento para a fibrose quística (fq) pela da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Também o PSD avançou com um requerimento para ouvir no parlamento várias entidades ligadas à fibrose quística e o Infarmed, de forma a esclarecer “dúvidas” sobre a não autorização em Portugal de novos fármacos para esta doença.

 

 

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