Arderam mais de 110 mil hectares este ano, valor mais elevado desde 2017

Os incêndios rurais consumiram este ano 110.007 hectares, o valor mais elevado desde 2017, tendo sido o fogo da Serra da Estrela o que registou maior área ardida, com quase 25.000 hectares.

Arderam mais de 110 mil hectares este ano, valor mais elevado desde 2017

Os incêndios rurais consumiram este ano 110.007 hectares, o valor mais elevado desde 2017, tendo sido o fogo da Serra da Estrela o que registou maior área ardida, com quase 25.000 hectares, segundo os últimos dados oficiais. O relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), hoje divulgado, indica que, entre 01 de janeiro e 15 de outubro, ocorreram 10.449 incêndios rurais que resultaram em 110.007 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (54.801 ha), matos (44.114 ha) e agricultura (11.092 ha).

Em comparação com o mesmo período de 2021, a área ardida mais do que triplicou, tendo as chamas consumido este ano mais 82.796 hectares, e os incêndios aumentaram 40%, ao registaram-se mais 2.997 fogos. “Comparando os valores do ano de 2022 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 29% de incêndios rurais e menos 12% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2022 apresenta, até ao dia 15 de outubro, o quarto valor mais reduzido em número de incêndios e o quinto valor mais elevado de área ardida, desde 2012”, lê-se no documento.

Os dados provisórios mostram que os anos com mais área ardida na última década foram 2017 (537.131 hectares), 2016 (166.185), 2013 (157.327) e 2012 (117.870).

Segundo o ICNF, o maior número de incêndios deflagrou nos distritos do Porto (2.539), Braga (1.163) e Vila Real (864) e foram “maioritariamente de reduzida dimensão”, não ultrapassando um hectare de área ardida, mas os distritos mais afetados em área ardida são os da Guarda e de Vila Real, com 25.399 hectares cada um, representando mais de 23% da área total ardida até 15 de outubro. Outros distritos com mais área ardida foram Leiria, com 10.633 hectares (cerca de 10% do total), seguido de Castelo Branco (7.886) e Bragança (6602).

O ICNF precisa que também foram os concelhos da Guarda, Manteigas, Covilhã, Vila Real e Ourém os mais afetados.

O documento mostra igualmente que, em 2022, os incêndios com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes, representando 83% do total de incêndios rurais, e até 15 de outubro registaram-se 17 grandes incêndios, com área ardida superior ou igual a 1000 hectares.

O maior incêndio até à data foi o que começou a 06 de agosto no concelho da Covilhã e que atingiu a zona da Serra da Estrela ao longo de 11 dias, tendo consumido 24.334 hectares de floresta, seguido do fogo no concelho de Murça (Vila Real) que em julho provocou 7.184 hectares de área ardida

De acordo com o documento, julho é o mês que apresenta maior número de incêndios rurais, com um total de 2.629 incêndios, o que corresponde a 25% do número total registado este ano, sendo também esse mês o que regista maior área ardida, 50.399 hectares, o que representa 46% do total.

O ICNF refere ainda que o valor de área ardida real (110.007 ha) corresponde a 72% da “área ardida ponderada”, o que significa que a área ardida no ano de 2022 é inferior à área ardida “expectável” tendo em conta a severidade meteorológica (temperaturas elevadas, vento forte, ausência de precipitação e humidade relativa baixa) verificada.

 

 

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