Anestesista infetada com covid-19 obriga Hospital de Santarém a desviar grávidas urgentes

O Hospital de Santarém pediu ao CODU para encaminhar situações de urgência de grávidas para outros hospitais, tendo em conta que uma anestesista teve resultado positivo a covid-19.

Anestesista infetada com covid-19 obriga Hospital de Santarém a desviar grávidas urgentes

O Hospital de Santarém pediu ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para encaminhar situações críticas de urgência de grávidas para outros hospitais, tendo em conta que uma médica anestesista teve resultado positivo ao novo coronavírus.

A presidente do Conselho de Administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS), Ana Infante, disse hoje à Lusa que o resultado do teste foi conhecido no sábado, tendo sido hoje testados os sete anestesistas que tiveram contacto com aquela profissional de saúde, os quais se encontram em isolamento profilático até serem conhecidos os resultados.

Afirmando que, neste momento, o HDS tem apenas três anestesistas ao serviço (que não tiveram contacto com a médica infetada), Ana Infante adiantou que, por prevenção, foi pedido ao CODU o encaminhamento das grávidas que necessitem de tratamento urgente, em particular as que precisem de cesariana, para os hospitais de referência (Vila Franca de Xira, Tomar e Abrantes).

A presidente do HDS disse que os resultados dos testes realizados aos sete anestesistas, colocados de imediato em isolamento profilático por indicação da delegada de saúde, deverão ser conhecidos até ao final do dia de hoje, realizando-se de imediato uma reunião do Conselho de Administração “para decidir o que fazer perante o resultado”.

“Provavelmente não estarão positivos, é a nossa esperança, e se não estiverem poderão regressar ao trabalho”, disse.

Contudo, se se mantiverem afastados, o hospital “terá de avaliar que valências” pode não conseguir assegurar, afirmou, apontando o caso das cirurgias programadas.

Ana Infante adiantou que, mesmo que tenha de adiar cirurgias programadas, o HDS tem condições para assegurar as cirurgias urgentes, uma vez que três dos 11 anestesistas do hospital se mantêm ativos.

Num ponto de situação sobre os profissionais afastados do serviço devido à covid-19, a presidente da administração do HDS afirmou que há, neste momento, cerca de 40 infetados e mais cerca de 75 em isolamento profilático por terem tido contactos de risco.

“Claro que, dos primeiros, os que estiverem curados começarão a regressar brevemente, vão regressando gradualmente”, disse.

Quanto aos doentes com a covid-19 internados no HDS, atualmente encontram-se 27 em enfermaria e três na Unidade de Cuidados Intensivos, adiantou.

Ana Infante assegurou que o hospital “continua a dar a resposta necessária aos seus utentes, com muito esforço das equipas” que se mantêm a trabalhar, reforçando os seus horários.

Além deste reforço, o HDS tinha contratado 15 enfermeiros, o que “permitiu alguma margem para os que estão ausentes”, além de que alguns enfermeiros (grupo que foi mais afetado) “que estavam em segundos elementos de chefia foram deslocados para a prestação de cuidados”.

“Portanto, em termos de cuidados está tudo assegurado”, disse, realçando ainda o esforço dos enfermeiros da saúde ocupacional, que “chegam a sair do hospital às 03:00 para fazer todos os contactos, reportar à tutela os dados, definir normas para as famílias” dos profissionais em isolamento.

“Há um acréscimo de trabalho de todos, mas está assegurado”, declarou.

Portugal contabiliza pelo menos 2.297 mortos associados à covid-19 em 116.109 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

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