Como o Transtorno Bipolar altera o cérebro dos pacientes

Neurocientista Fabiano de Abreu explica que alterações genéticas e nos neurotransmissores são fortemente associadas ao transtorno bipolar.

Como o Transtorno Bipolar altera o cérebro dos pacientes

O transtorno bipolar é uma doença maníaco-depressiva conhecida por gerar flutuações extremas de humor. Cria uma alternância entre estados de euforia, depressão e normalidade, que variam bastante de frequência, intensidade e duração. Além disso, provoca ainda irritabilidade, esquecimento, aumento da libido, ideias suicidas e fala compulsiva.

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Por norma, manifesta-se em ambos os sexos, entre os 15 e os 25 anos. Também pode, contudo, afetar crianças e idosos. No geral, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças. Por isso, é fortemente indicado contar com um profissional para um diagnóstico exato, essencial para ajudar a direcionar melhor os tratamentos.

Transtorno bipolar passa de geração em geração?

Como explica o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, as causas deste transtorno ainda não são totalmente compreendidas. Há, no entanto, fortes indícios da sua ligação com a genética. “As causas exatas do transtorno bipolar são ainda desconhecidas. Mas, na verdade, tem sido fortemente associado a fatores genéticos, que causam alterações específicas em algumas áreas do cérebro e na ação de determinados neurotransmissores. E é isto que gera as oscilações de humor”, explica.

“Alguns estudos correlacionam o transtorno com a ação do gene AKAP11, que também pode estar ligado ao desenvolvimento de esquizofrenia. A ação dos genes é fundamental neste processo porque cerca de 80% dos casos estão associados a fatores genéticos hereditários”, afirma.

Alterações no cérebro

De acordo com os resultados de um dos maiores estudos sobre bipolaridade que analisou ressonâncias magnéticas de mais de 6 mil pacientes, houve redução da massa cinzenta no cérebro de pessoas com o transtorno bipolar em comparação com pessoas saudáveis. As alterações foram mais significativas nas regiões frontal e temporal do cérebro, responsáveis pelo controlo das emoções.

“Diversos neurotransmissores são também alterados em pessoas com o transtorno. A noradrenalina, por exemplo, apresenta reduções significativas em pacientes com bipolaridade, níveis de dopamina e serotonina também são alterados, mudanças que, neste último, também se relacionam com comportamentos agressivos e suicídio“, explica Fabiano de Abreu.

É possível tratar este transtorno?

O transtorno bipolar não tem cura, mas com os tratamentos disponíveis pode ser controlado, melhorando a qualidade de vida do paciente. Por norma, o tratamento baseia-se em mudanças no estilo de vida do paciente, como o corte do consumo de substâncias psicoativas e estímulo de hábitos saudáveis, como controlo do stresse e da qualidade de sono, além do uso de psicoterapia.

O uso de medicamentos também é importante. E, dependendo da evolução do quadro clínico e da gravidade da doença, podem ser prescritos ansiolíticos, neurolépticos, antipsicóticos, estabilizantes de humor e, até. anticonvulsivantes.

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