Tim dos Xutos recorda Zé Pedro: «Quando ouvimos as músicas ainda o vemos a tocar»

No novo lugar secreto da Altice Arena, Tim fala sobre Zé Pedro. O músico garante que a banda sente a presença do guitarrista «de uma forma muito evidente».

Está quase a fazer meio ano da morte de Zé Pedro. Com 61 anos de idade, o músico, que sofria de Hepatite C desde 2001, ainda completou a tournée e deixou gravados cinco temas do novo álbum de Xutos e Pontapés.

«Nós durante 2017, ele já não estava com muita saúde, como se sabe, implementámos uma espécie de programa de trabalho, de acompanhamento. Nesse programa incluíam-se várias sessões de estúdio onde ele esteve presente e em que gravou 5 temas», conta Tim. Os Xutos & Pontapés vão lançar ainda este ano esse álbum e Tim garante que «não é uma homenagem, é uma continuação do trabalho».

«Nós quando ouvimos as músicas ainda o vemos a tocar, ainda sentimos a presença dele de uma forma muito evidente», garante o vocalista da banda de Rock português.

Tim acredita que o grupo tem «alguém» a «ajudar» porque «tem sido muito mais fácil» do que pensava seguirem ao leme. Ainda assim, de pés no chão, o músico perspectiva que «se calhar quando a tournée acabar vai ser pior». A dar concertos por todo o país, que «têm sido enormes», Tim conta que as pessoas se reuniram «em torno de tudo isto e não podemos deixar cair».

Sem nunca pensar que o concerto do Coliseu dos Recreios seria o último, o vocalista confessa que o estado de saúde de Zé Pedro era «um peso tremendo».

«O pior era antes do concerto e depois do concerto. Víamos o gosto que ele tinha em estar ali, mas por outro lado o sacrifício que fazia. Não imaginam», conta.

Tim fala da teimosia e do empenho de Zé Pedro como um exemplo. Com um sorriso saudoso conta ainda as «discussões». «Nós deixámos de fazer viagens de avião com ele porque era um risco. Ele ficou pior que uma barata, não nos falava», ri ao recordar.

No lugar secreto da Altice Arena

Há 20 anos abriam-se as portas da Expo’98 e, por isso, também pela primeira vez as do Pavilhão da Utopia. Depois, em 1999, tornou-se Pavilhão Atlântico. «Um dos símbolos mais visíveis da contribuição da Expo’98 para a ronovação, reequipamento e requalificação da cidade de Lisboa», escrevia, em 1999, António Mega Ferreira, Presidente da Parque Expo’98 SA.

Um espaço único para concertos e de cuja história também os Xutos & Pontapés fazem parte. Foi nesse espaço que, quase há 20 anos, a banda celebrou 20 anos de carreira. «Para o ano é uma data redonda, não sei se é aqui que vamos celebrar alguma coisa ou não», confessa Tim na primeira visita a um novo espaço no agora Altice Arena.

Pela primeira vez foi possível visitar a cobertura do espaço, o Secret Spot, e passear a seis metros do chão por tábuas de madeira. Tantas que se as juntássemos seria possível fazer um passadiço para ir de Lisboa a Paris.

Tim garante que os Xutos & Pontapés sempre encararam os concertos na Altice Arena como «uma oportunidade de fazer mais qualquer coisa». «Quando chegámos aqui e vimos a dimensão do que era preciso pensámos que íamos precisar de mesmo muita coisa nova porque o que tínhamos era à escala do que havia, muito pequenina. Também nos fez crescer», assegura.

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