Clara De Sousa sofre com morte dos pais: “A velhice é uma coisa dura”

Clara de Sousa foi entrevistada por Daniel Oliveira no Alta Definição deste sábado. A jornalista falou dos pais e das saudades dos filhos.

Clara De Sousa sofre com morte dos pais:

Clara de Sousa, de 53 anos, foi a convidada de Daniel Oliveira do Alta Definição deste sábado, 2 de outubro, véspera da gala dos Globos de Ouro que será apresentada pela jornalista e que marca o 25.º aniversário da SIC. Com uma carreira de três décadas, falou da importância que o trabalho tem na sua vida. “Foi sempre fundamental para mim, tanto na morte da minha mãe, como no primeiro divórcio, que foi o mais doloroso. Nesses momentos, que foram muito… Aliás, as pessoas viram como é que eu estava. Eu emagreci quilos e quilos em ambas as situações, porque estava muito angustiada, mas encontrei sempre força para vir trabalhar, ganhar ânimo, ganhar foco e estar ali”, afirmou.

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Ao longo da entrevista, abordou a pandemia e a forma como a covid-19 lhe afetou a vida. “A maior preocupação foi o meu pai”, disse – o progenitor da jornalista morreu em 31 de julho. Clara reagiu à irreparável perda “angustiando, chorando, tentando estar otimista, mas sabendo que a velhice é uma coisa dura”. “A falta dos que partem está sempre ocupada naquele cantinho em que eles estão. Há uma parte em que eles estão. Não é física, mas eles estão”, afirmou.

Clara de Sousa sofre com a distância dos filhos

Clara de Sousa
“Vinham a correr para te abraçar. Depois, crescem e já não são tão afetivos”

A jornalista tem dois filhos – Manuel, de 24 anos, e Maria, de 21 – de Francisco Penim. Nenhum dos dois vive com a mãe e Clara confessa que não lida bem com a ausência. “Não giro muito bem a distância. Tenho um filho que é ‘dêem-me asas, que eu não quero ficar cá’. Esteve dois anos em Londres, agora está no centro do país a trabalhar, depois vai para o Dubai. Quer ir viver para o Japão. Não faço muito bem esta gestão. Gosto de os ter mais perto de mim. Mas percebo que não pode ser assim”, disse, assumindo sentir complexo de ninho vazio. “A minha filha gosta do ninho. Foi estudar para fora e sofreu muito. Sofreu ainda mais do que eu.” A jornalista confessou ainda sentir saudades de quando os filhos eram pequenos. “Vinham a correr para te abraçar… Depois, eles crescem e já não são tão afetivos. Depois, voltam até nós quando são pais. Foi assim comigo e com a minha mãe. Mas está tudo bem. As coisas quando são nossas nunca deixam de o ser”, acrescentou ainda.

Jornalista e os cuidados que tem com o corpo

Clara de Sousa
“Deixei de fumar. Achei que ia ser uma pessoa refilona, mas fiquei só deprimida. Engordei e fui para o ginásio”

Apesar de ter 53 anos, Clara de Sousa garante que se sente muito bem com a idade. “Sei que os anos passaram, mas sinto-me com mais maturidade, mais experiência. Enquanto tiver força mental e física, as coisas vão continuar. E faço todos os dias por isso”, disse dando depois um exemplo. “Deixei de fumar. Achei que ia ser uma pessoa triste, amargurada, refilona, mas fiquei só deprimida. Foi um teste forte. Engordei e fui para o ginásio, também para ganhar força muscular.”

Um dos pontos em que mais sente o avançar da idade é na “pele”. “Sei que a pele que tenho não pode ser igual à que tinha aos 40 ou aos 30. Mas faz parte da vida. Não posso ter o aspeto que tinha há 20 anos. Tenho conseguido lidar com o passagem dos anos da melhor maneira. Enquanto mulher, muitas vezes não é fácil. Mas depois penso que isso é sinal de que estou viva.”

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Emociona-se ao recordar morte da cadela

Clara de Sousa
Foram “11 anos com uma cadela que tinha traços de personalidade como nunca conheci”

Um dos momentos da entrevista em que Clara de Sousa mais se emocionou foi ao recordar a morte da cadela, Urfi, em janeiro deste ano. “A partida dela foi muito dura. Ainda nem consegui lançar as cinzas dela fora. São 11 anos da tua vida com uma cadela que tem traços de personalidade como nunca conheci. Adorava-nos a todos com uma inteligência fora do normal. Tinha uma forma de nos acarinhar… Quando começou a definhar, acreditava que ela fosse recuperar. Depois percebi que não havia mais que pudesse fazer.”

“Não consigo fazer nada antes do tempo… Não me importo de cuidar. A única altura em que percebi que já não conseguia cuidar foi quando a minha filha me veio dizer ‘mãe, agora já chega’. ‘Agora já não dá.’ Já estava cheia de escaras. E é naquele momento em que estou perdida que não sou capaz de largar, e ela está a olhar para mim… E penso: ‘será que ela me está a dizer para deixá-la ir ou será que está a pedir para cuidar dela?’”

Texto: Patrícia Correia Branco;
Fotos: Reprodução SIC e redes sociais

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