Viúva de Carlos Paião põe fim a mito de que cantor foi enterrado vivo

Zaida Cardoso, viúva de Carlos Paião, recordou, com carinho, o cantor no dia em que se assinalaram 34 anos da morte do artista e pôs fim a um dos maiores mitos urbanos portugueses.

Carlos Paião morreu no dia 26 de agosto de 1988 com apenas 30 anos. O cantor, que marcou Portugal com as suas músicas e a sua voz, deixou a mulher, Zaida Cardoso, que, passados 34 anos da perda, recorda os tempos que passou ao lado do grande amor da sua vida.

Carlos Paião, que representou Portugal na Eurovisão, em 1981, ia a caminho de um concerto em Penalva do Castelo. E foi em Rio Maior que aconteceu o acidente que lhe tirou a vida. Entrevistada no “Casa Feliz”, Zaida Cardoso recorda: “Ouvimos muitas vezes as músicas do Carlos, com muita saudade e nostalgia. Mas é sempre um momento agradável, o tempo apazigua as coisas e as lembranças são boas. A única lembrança má foi o seu desaparecimento”.

A viúva do cantor falou sobre o dia do fatídico acidente. “Naquele dia, o Carlos tinha saído de casa umas horas antes com as brincadeiras dele, habituais. Despedimo-nos da maneira habitual, ele sempre com brincadeiras, festinhas e palmadinhas. Ele foi buscar os técnicos de luz e de som, como era habitual.”

Viúva considera morte de Carlos Paião “um golpe duríssimo”

Foram os pais de Zaida Cardoso que lhe deram a notícia da morte. “Quando o meu pai me telefone a dizer que o Carlos tinha tido um acidente grave e que estava em estado grave. O meu pai não me quis dizer logo, só quando cheguei a casa dos meus pais é que fiquei a perceber o que é que se passava e que o Carlos tinha mesmo falecido. Eles já tinham essa notícia, só que não me quiserem dar por telefone.”

Ainda hoje, a viúva do artista guarda a guitarra, visivelmente danificada, que ia com Carlos Paião “na carrinha, no dia do acidente”. E com a emoção na voz e no olhar, conta: “Todos os sonhos de uma vida, que se pensam a dois, e ao fim destes anos todos, tudo isso acaba num segundo. É um golpe duríssimo. Posso dizer que terá sido o pior dia da minha vida”.

Zaida Cardoso acabou, assim, com uma dos maiores mitos urbanos que existe em Portugal, recordando que Carlos Paião foi vítima de um brutal acidente em Rio Maior. Durante longos anos, correu o rumor de que o cantor foi enterrado vivo e que quando levantaram as ossadas encontraram o caixão arranhado por dentro, com pedaços de unhas lá cravados e os ossos revirados. Não se sabe bem como surgiu este mito urbano mas é certo que é mentira, o corpo foi autopsiado antes de ser enterrado.

Texto: Mariana de Almeida;
Fotos: Impala e reprodução SIC

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