Manuela Moura Guedes ataca Sócrates: «Meteu-se num 31! Agora talvez percebam o sentimento de injustiça»

“Agora talvez percebam o sentimento de injustiça com que tenho vivido desde que Sócrates fez com que a Administração da TVI acabasse com o Jornal (de Sexta)”, começa por revelar Manuela Moura Guedes.

Manuela Moura Guedes reagiu às acusações interpeladas na passada quarta-feira, dia 11 de outubro, pelo Ministério Público a José Sócrates. De acordo com a jornalista, esta foi obrigada a afastar-se do “Jornal Nacional – 6ª Feira”, que conduzia na TVI, devido a pressões políticas, derivadas de investigações que envolviam o antigo primeiro-ministro e pelas quais deu a cara.

“Meteu-se num 31! Agora talvez percebam o sentimento de injustiça com que tenho vivido desde que Sócrates fez com que a Administração da TVI acabasse com o Jornal (de Sexta) que era da minha responsabilidade e com o meu trabalho como jornalista. Foi há 8 anos! Nunca mais tive hipótese de fazer jornalismo apesar de ter procurado contar a verdade acerca do primeiro-ministro de Portugal”, começou por revelar a jornalista, na sua página de Facebook.

Manuela Moura Guedes mostra a sua revolta por esta, juntamente com a sua equipa, terem sido afastados na sequência das investigações relativas ao antigo chefe do Governo português:

“Estranho, não é? Devia ser ao contrário. Eu e os jornalistas da minha equipa devíamos ser disputados entre os meios de comunicação social. Mas não. Dos sete ou oito jornalistas que faziam o ‘Jornal de Sexta’, três, dos melhores, abandonaram a profissão, o jornalismo, porque deixaram de ter condições sérias para o exercer, um está no desporto, eu fui para o ‘degredo’, os outros ninguém dá por eles. Resta a resistente Ana Leal!”, explicou.

Na mesma nota, a jornalista vai mais longe, e garante que o jornalismo praticado hoje continua submisso a agendas e dirigentes políticos. Manuela Moura Guedes acusa ainda o atual primeiro-ministro António Costa de exercer poder sobre a compra da TVI:

“Algo vai muito mal neste país quando a informação tem de se ajeitar à política e a interesses vários e quando, por exemplo, um primeiro-ministro (António Costa) diz aos eventuais compradores da TVI (Altice) que seria bom manterem lá o director de Informação (Sérgio Figueiredo) e a Administração espanhola (Rosa Cullell)”, garantiu.

A jornalista termina criticando a subjugação e passividade dos órgãos de comunicação social e recordando, a descredibilidade, alegadamente injusta, que foi atribuída ao trabalho que realizou como jornalista.

“O assustador e que revela como está a Comunicação Social em Portugal é a passividade e normalidade com que isto foi recebido. Tudo se aceita, até a interferência de um chefe de Governo na linha editorial de uma televisão! No entanto, há oito anos levantou-se o Carmo e a Trindade porque um pobre e indefeso primeiro-ministro estava a ser vítima de uma campanha pessoal por parte de uma jornalista. Parece uma anedota, não é?”, concluiu.

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