Príncipe Harry acusa, em tribunal, Palácio de encobrir escutas ilegais

Príncipe Harry aparece de surpresa em tribunal de Londres para audiência preliminar do processo interposto pelo próprio, em conjunto com mais seis figuras públicas, contra a Associated Newspaper (ANL) – o grupo de media dono dos tabloides The Daily Mail e The Mail on Sunday.

Príncipe Harry acusa, em tribunal, Palácio de encobrir escutas ilegais

O príncipe Harry apareceu inesperadamente no Tribunal Real de Justiça, em Londres, para a audiência preliminar do processo movido pelo próprio, em conjunto com mais seis celebridades britânicas, contra a Associated Newspaper (ANL) – o grupo de media detentor dos tablóides The Daily Mail e The Mail on Sunday. A audiência começou esta segunda-feira e decorre até quinta, 30 de março.

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O grupo de figuras públicas – além do filho do rei Carlos III, fazem parte o cantor Elton John e o seu marido, o cineasta David Furnish, e as atrizes Elizabeth Hurley e Sadie Frost, a ativista Doreen Lawrence, cujo filho foi assassinado num ataque racista, e o ex-parlamentar Simon Hughes – acusa os órgãos de comunicação social de “numerosos atos ilegais” e “grosseiras invasões de privacidade”, nomeadamente através de escutas e pagamento por informações sensíveis, perpetuados pelos jornalistas ou detetives privados a trabalhar para a ANL.

“Absolutamente ninguém” esperava a presença do príncipe nesta fase do processo, já que se trata de uma audiência inicial, assume a Sky News. Harry viajou da Califórnia, onde vive com a mulher Meghan Markle e os dois filhos, para participar na audiência. No depoimento, o filho mais novo de Carlos III acusou o Palácio de Buckingham de saber que o telefone dele estava sob escuta dos jornais e de nada ter feito.

Casa de Elton John sob escuta

No relato, Harry acusa os jornais de terem divulgado informações privadas sobre voos da ex-namorada Chelsy Davy, de terem acedido às mensagens de voicemail e de terem colocado escutas nos telefones de amigos. Afirma ainda que estas ações o deixaram num estado de “suspeita e paranoia”, tendo perdido amigos por considerar que “todos se tornaram ‘suspeitos’”.

No tribunal ficou ainda a saber-se que a linha telefónica de casa de Elton John foi colocada sob escuta por um detetive privado, que seguia ordens da ANL. Bem como que o assistente do cantor e o jardineiro do casal terão também sido alvo de espionagem.

Entre os documentos acedidos ilegalmente pelos jornalistas está a certidão de nascimento do primeiro filho de Elton John e David Furnish. O casal ficou “desolados pela manchete depreciativa que a ANL usou para lucrar e gerar comoção pública sobre um evento que eles tinham protegido com tanto cuidado para manter o seu valor”, referiu o advogado que representa o grupo de figuras públicas, David Sherborne.

Escutas em casas e carros, suborno a polícias, acesso a documentos médicos e a contas bancárias

Na petição escrita por Sherborne, citada pela BBC,  os acusantes “ficaram horrorizados ao considerar que todas as suas conversas, algumas das quais muito pessoais, foram gravadas e tratadas como um produto comercial para jornalistas e outros desconhecidos, independentemente de terem sido publicadas ou não”.

As alegadas práticas ilegais terão acontecido entre 1993 e 2011, tendo-se prolongado até 2018. Na acusação, a empresa é descrita como sendo responsável por “grosseiras invasões de privacidade” através da contratação de investigadores privados para colocarem escutas em carros e casas, do pagamento a pessoas que gravassem chamadas telefónicas privadas, de subornos a polícias para obtenção de informações confidenciais, da aquisição de documentos médicos privados  e acesso a contas bancária.

A ANL nega categoricamente as acusações, afirmando que são “infundadas e altamente difamatórias” e não têm por base “nenhuma evidência confiável”. O grupo de media quer arquivar o caso, argumentando que as reivindicações estão fora do prazo para uma ação legal e que algumas violam uma ordem feita durante um inquérito público de um ano sobre os padrões de imprensa que começou em 2011.

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Texto: Inês Neves; Foto: DR

 

 

 

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