Carrilho em tribunal | «Estás a ver estas escadas? Atiro-te e vamos todos ao teu funeral»

Manuel Maria Carrilho tinha sido absolvido das acusações de violência doméstica interpostas pela ex-mulher, Bárbara Guimarães. Um ano depois, o caso é reaberto e o ex-ministro da cultura volta a tribunal

Manuel Maria Carrilho tinha sido absolvido há um ano do crime de violência doméstica e de 22 crimes de difamação. Em dezembro, o Tribunal da Relação de Lisboa mandou reabrir o julgamento, aceitando o único recurso do Ministério Público determinando a reabertura da audiência.

Na altura, a juíza Joana Ferrer determinou que o pedido de apreciação do episódio de violência doméstica entre o casal no sótão da casa onde moraram, tinha sido feito demasiado tarde (perto do final do julgamento). O caso foi reaberto devido a este episódio e o julgamento voltou a ser tratado no Tribunal da Comarca de Lisboa. Durante o início da tarde desta quarta-feira, deu-se a primeira sessão, depois de ter sido adiado no passado dia 9 de janeiro.

«Estás a ver estas escadas? Atiro-te e vamos todos ao teu funeral»

De acordo com declarações prestadas por Bárbara Guimarães, o antigo ministro da cultura terá ameaçado atirar a apresentadora pelas escadas no dia 14 de setembro de 2013. «Ele levou-me para o sótão, pôs-me virada para as escadas, disse-me, ‘«Estás a ver estas escadas? Atiro-te e vamos todos ao teu funeral’».

Perante as acusações, a defesa de Manuel Maria Carrilho alegou que tal episódio não pode ter acontecido, tendo em conta que o casal se encontrava num casamento em Viseu. Como contraprova do facto, o advogado do arguido, Paulo Sá e Cunha chamou a depor como testemunhas dois familiares de Manuel Maria Carrilho, o irmão, António Maria Carrilho, e o sobrinho, Bernardo Manuel Carrilho.

Ambos as testemunhas afirmaram que o ex-casal estava presente no casamento, com os filhos Dinis e Carlota, e que Manuel Maria Carrilho tinha abandonado primeiro o casamento com os menores por volta das 02h00 , enquanto Bárbara Guimarães tinha ficado na festa até mais tarde.

O arguido esteve presente na audiência mas a apresentadora voltou a não comparecer. Esta amanhã, Bárbara Guimarães publicou uma foto nas redes sociais onde dá os parabéns ao filho, Dinis Maria, que celebra hoje 15 anos. Bárbara disse ainda estar a passar «tempos difíceis».

«Nem o arguido nem a assistente estavam em Lisboa. Ou seja, tal episódio não pode ter ocorrido»

«Sempre estive confiante», foi a única frase que Manuel Maria Carrilho disse à saída do tribunal aos jornalistas. Acompanhado do seu representante legal, o antigo político deixou todas as questões serem respondidas por Paulo Sá e Cunha.

«Isto não é o início ou o reinicio do julgamento. Não é disso que se trata. O acórdão da Relação determinou que um facto que não estava na acusação fosse considerado em julgamento. Hoje, consideramos esse facto que é um facto preciso, um facto datado. E a defesa quis produzir prova. O que se quer provar é que nem o arguido nem a assistente estavam em Lisboa. Ou seja, tal episódio não pode ter ocorrido», explicou o advogado de Manuel Maria Carrilho.

Por diversas vezes, Paulo Sá e Cunha desvalorizou a repetição do julgamento e a hipótese do ex-ministro ser condenado a uma outra sentença.

Já o advogado de Bárbara Guimarães, José António Pereira da Silva, disse esperar que o antigo ministro da Cultura seja punido desta vez. Referindo o debilitado estado de saúde da apresentadora, que luta contra um cancro na mama, o novo representante legal da cara da SIC garantiu não querer «perder esta oportunidade» para finalmente fechar a guerra judicial entre o casal.

Redação WIN | Conteúdos Digitais  | Fotos: Paula Alveno

 

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