O NOS ALIVE está quase a chegar

A 11.ª edição do festival de Algés conta com nomes de peso em vários palcos o que implica uma logística complexa para quem quer ver um pouco de tudo. Dou-vos uma ajuda mas aviso: preparem-se para muitas pessoas, poeira e calor.

O NOS ALIVE está quase a chegar

É já esta quinta-feira, dia 6 de Julho, que arranca um dos maiores festivais de Verão da Europa (já não faz sentido limitar o impacto do NOS Alive a Portugal). Vão ser três dias de muita músicacom nomes como Foo Fighters, Depeche Mode, Local Natives, Tiago Bettencourt entre outros que irão levar milhares de pessoas a Algés.

Como em anos anteriores, o NOS Alive assume-se como o peso pesado no que toca a festivais com a edição a esgotar muito tempo antes de ocorrer, o que demonstra a apreciação do público português e estrangeiro ao evento. Apesar de me parecer um pouco repetitivo quando comparado com edições anteriores, é inegável que o cartaz do NOS Alive tem muito para ver, especialmente se tivermos no mood de não ficar sentados no chão com uma imperial na mão à espera de uma só banda.

Dito isto, deixo-vos algumas sugestões de concertos que não devem perder no NOS Alive

Dia 6 de Junho

Palco NOS | Se conseguirem chegar a horas, aproveitem Alt-J que trazem novo álbum na bagagem e que deverá encaixar com o começo da noite para quem quer ver algo relaxado. Depois, não percam Phoenix. A banda francesa é exímia a fazer pop rock dançável que não deixa ninguém indiferente. Se ainda não ouviram Ti Amo, façam-no já. Não bate Wolfgang Amadeus Phoenix é certo mas cria o ambiente para um concerto que será memorável. Os The XX são os verdadeiros cabeças de cartaz neste dia e é quase certo que vão levar a maior enchente a este palco, como fizeram em anos anteriores mesmo que depois venha The Weeknd. O cantor canadiano tem muito a provar depois do sucesso de Starboy, apesar de esperar que a setlist se foque em músicas dos primeiros álbuns.

Palco Heineken | Vão ter de fazer várias piscinas entre os dois palcos mais fortes – ainda por cima estão em locais opostos – mas acreditem que vai valer a pena. Logo a começar, Rhye. O rapaz de voz suave, Milosh, já mostrou o ano passado no SBSR que se sente confortável em palcos mais pequenos e que apesar das suas músicas serem mais mellow encaixam na onda festivaleira. O cantautor Ryan Adams é um daqueles fenómenos da indie que continua a dar cartas e que sabe escrever como poucos. Só não berrem “Bryan Adams!”. Ele é capaz de reagir mal. Os Royal Blood são rock. Rock puro, duro, berrante que entra nos ouvidos e quebra qualquer estigma que possamos ter. Prevejo que seja uma das maiores enchentes deste dia neste palco. Se ainda tiverem paciência – e força nas pernas – não percam Bonobo e a sua electrónica newwave que tem feito as delícias dos fãs.

Palco NOS Clubbing | Se só tiverem cabeça para ver uma banda, tem de ser Batida. Os primos afastados dos Buraka Som Sistema não têm papas na língua no que toca a uma linguagem política, remisturada com os sons quentes africanos. Dancem até não poderem mais.

Palco Coreto | Dotorado Pro e Riot são os nomes que mais público vão chamar para este pequeno palco. Juntem-se à malta e dancem ao som da electrónica africanism que tem estado tão em voga. Aqui é de qualidade.

Dia 7 de Junho

Palco NOS | Como fã da música portuguesa, aconselho-vos a assistirem ao concerto de Tiago Bettencourt. O rapaz sabe o que escreve, canta bem, tem boas músicas e é dos poucos autores portugueses que mostra que é mais do que uma canção bonita (já não se aguenta a “Carta”…). Às 22h05, entram em palco Alisson Mosshart e Jamie Hince, mais conhecidos como The Kills. Este é o concerto que não devem perder neste dia, se gostam de rock. Sem pudor e preconceitos, o duo é o exemplo de como o rock pode ser apelativo sem entrar em hinos feitos para arenas, mantendo a estética grunge que serve como base da sua música. Por fim, temos os Foo Fighters. Talvez não sejam a banda mais interessante nem mesmo a mais inovadora mas já são um banda de culto liderada por um dos grandes do rock, Dave Grohl. Esperam-se os grandes hits, músicas novas, corridas de um lado ao outro do palco e um concerto que deverá ter no minímo 2h30. Se nunca os viram ao vivo, aproveitem que vai valer a pena. Se já os viram, bebam uma cerveja e cantem os refrões que não vos fica mal.

Palco Heineken | Das 18h45 às 23h, têm um alinhamento excelente. Começando com Savages, seguindo para Warpaint, Wild Beasts e Local Natives. Estas quatro bandas são o exemplo perfeito daquilo que deve ser a essência deste palco secundário: bandas alternativas de renome, com seguidores fiéis, excelente música e uma capacidade gigante de transformarem um concerto numa festa em que a música se assume como valor principal. Pessoalmente, não quero perder Local Natives que são uma das minhas bandas favoritas e que estão com um novo trabalho na calha.

Palco NOS Clubbing | Saltem com PISTA, curtam Bispo e dancem com Ramos vs Mitsuhirato. É o melhor conselho que tenho para vos dar. Quando derem por vocês estão a curtir para caraças e esqueceram-se de jantar.

Dia 8 de Junho

Palco NOS | Se gostam de rock britânico é com Kodaline que devem contar que os rapazes sabem o que fazem e mostram-nos muito bem em palco, apesar de serem ainda algo desconhecidos para a grande maioria do público português. Por fim, fechem o NOS Alive com Depeche Mode. O que dizer? São os Depeche Mode. Não há ninguém como eles. Desde os tempos primorosos de Enjoy The Silence até hoje, não existem álbuns que possa dizer que tenham sido maus. Alguns menos apelativos que outros é certo. Em palco é onde mostram que a idade é apenas um número. Quem os chamar de velhos pode sair imediatamente.

Palco Heineken | Benjamin Booker é o rapaz surpresa desta edição e irá captar a atenção de muitos festivaleiros com a retro soul, garage punk e rock de rebelião que marca o começo de uma grande viagem que se avizinha nos anos que aí vêm. Os Spoon vão continuar o alinhamento mais direccionado para o rock e os Fleet Foxes vão encher de certeza a tenda com aquela folk newwave que lhes deu o estatuto de reis do género. Cheguem cedo para estes rapazes senão vão ficar nas franjas onde se ouve mal como tudo. É só um aviso. Se ainda tiverem energia, ou alguma de reserva, guardem-na para Peaches porque é quase certo que ela vai rebentar com aquela merda toda. Nenhum espectáculo é igual ao anterior e vale a pena ver e ouvir, nem que seja para ver o que raio vai sair da cabeça de Merrill Nisker.

Palco NOS Clubbing | Sei que vão estar cansados nesta altura do campeonato mas aguentem para Mike El Nite. O rapper português é um dos pesos pesados da nova vaga do hi-hop nacional, sempre com muito para dizer e com uma energia acima da média. Relembro-me do concerto que deu o ano passado no SBSR ao qual me arrisco a dizer que foi um dos melhores do festival.

Palco Coreto | Se querem relaxar, é com Filho da Mãe e Benjamin. Os dois artistas portugueses mereciam um palco maior, mas por outro lado, também mereciam um local que não estivesse tão repleta de sons misturados.

Se nosso virmos por lá, bebemos uma cerveja. Combinado?

Filipe Carvalho

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