Mudança nos estilos de vida pode prevenir angina de peito
Dia Nacional do Doente Coronário assinala-se a 14 de fevereiro
Artigo de Opinião do médico João Brum Silveira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC)
A angina de peito é causada pelo estreitamento ou obstrução das artérias que conduzem o sangue ao coração o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes às células do músculo cardíaco. Essa obstrução normalmente resulta da formação de placas de gordura no interior das artérias (aterosclerose). A hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo contribuem significativamente para aumentar o risco de sofrer deste problema de saúde.
Apesar da angina afetar mais frequentemente pessoas idosas, pode ocorrer em ambos os sexos e em todas as faixas etárias. A maioria das pessoas com angina queixa-se de sensação de aperto, queimadura ou opressão no peito, por baixo do esterno, mas pode também atingir a garganta, a mandíbula, as costas, os braços ou até mesmo o estômago. Esta dor pode ser acompanhada de falta de ar/dificuldade em respirar, suores, náuseas, tonturas, e mal-estar geral. É, geralmente, despertada pelo esforço físico e cede com o repouso ao fim de 5-10 minutos ou com a toma de um comprimido de nitroglicerina sublingual.
A angina de peito pode ser estável, quando a dor segue um padrão específico, surgindo na prática de atividade física ou na presença de emoções extremas; ou pode ser instável, quando os sintomas são menos previsíveis e o seu aparecimento ocorre em repouso, durante o sono ou com um esforço mínimo.
O seu diagnóstico baseia-se na história clínica do doente, na sua observação e na realização de exames complementares, como um eletrocardiograma (registo dos impulsos elétricos do coração que mostra indicações de uma artéria bloqueada) ou um ecocardiograma (visualização da estrutura e funcionamento do coração com recurso ao ultrassom). Pode ser necessário fazer um cateterismo cardíaco/angiografia coronária (uma série de radiografias das artérias coronárias) para confirmar a lesão das artérias do coração.
O objetivo principal do tratamento da angina de peito é aliviar os sintomas, diminuir a progressão da doença e reduzir complicações, especialmente, o enfarte do miocárdio. Em situações mais graves, pode estar indicada uma angioplastia coronária. Este procedimento médico, realizado por um cardiologista de intervenção, consiste na colocação de um cateter fino na artéria obstruída, através do qual se introduz um balão que quando insuflado permite a abertura da artéria e o restabelecimento do fluxo sanguíneo. Na maioria das vezes, este procedimento é complementado com a colocação de um stent, um pequeno tubo de rede metálica que mantém o vaso aberto.
Para prevenir a angina de peito é importar adotar estilos de vida saudáveis: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) é uma entidade sem fins lucrativos. Para mais informações consulte: www.apic.pt
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