Lisboa. Cada vez mais bem servida de gastronomias diversas, este restaurante chama-se Expressões, tem logo à entrada uma loja daquelas chamadas (arghhhhhh!!!) gourmet, que de facto é uma belíssima garrafeira/charcutaria/mercearia e a seguir tem uma sala desafogada, ampla, fresca, cheia de oxigénio.

O facto de esta gente ser beirã e nos apresentar um prato tão emblemático alentejano, desde o povo da luta pela sua jorna, povo da monda, até à burguesia que sempre existiu na planície alentejana, levou-me a “desabafar” no éter!

Quando eu era pequenino (Sim, houve um pequeno espaço temporal na minha vida em que eu era pequenino!), o meu pai é que fazia este prato lá em casa, para a nossa pequena burguesia. Pão duro, piso de alho, sal, coentros e azeite bom.

E depois cozia grossas postas de pescada de anzol, trazidas pelas carrinhas da Gelmar, espalhadas por várias zonas geográficas estratégicas da cidade de Lisboa. Hoje em dia quase todas transformadas em carripanas de street food. Deste impromptu fumet, da  água de ferver o peixe fazia a hidratação de tudo o resto, deitando previamente na tigela, os ovos, que coziam no calor residual do mesmo.

Mal vi na ementa que havia subversão da “melhor sopa do mundo depois da massa no caldo à caparicana” nem me apeteceu ler os outros items.

O jovem chef Vitor,  deu uns cinco minutos antes de se atrever, sem medos, em vir à nossa mesa pedir feedback e recebeu de incentivo da nossa parte um “levavas nota máxima se tivesses feito o piso no pilão e morteiro, mas a malta compreende!”

18 valores em 20, digo eu, armado em bom.

Take my love,

Joe Best, Team DaCozinha

 

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