Três estudantes portuguesas de veterinária contam como é fazer voluntariado em Cabo Verde
Teresa, Alice e Carolina são estudantes de veterinária e estão como voluntárias em Cabo Verde. Descubra em primeira mão como são os dias destas três jovens portuguesas
Dia 7 – Quinta, 18
Hoje foi dia de campanha! O nosso dia começou mais cedo e às 9h já estávamos na zona de Lem Ferreira para começar uma campanha de desparasitação. Todo o material de que precisámos já tinha sido preparado no dia anterior numa mochila, e foi assim que percorremos o bairro, de casa em casa, para desparasitar e identificar os cães. Na Bons Amigos está atribuída uma zona da cidade a cada funcionário. Aos responsáveis cabe estar a par do número de cães, dos seus problemas de saúde, saber se estão ou não castrados e ainda fazer estas campanhas de desparasitação com a regularidade necessária.
De um modo geral, as pessoas ficam muito agradecidas por estarmos a poupar-lhes tempo e dinheiro e, sem se aperceberem, estão a contribuir para uma melhor saúde não só dos seus animais como deles próprios e dos seus vizinhos. O mais difícil foi controlar os cães, que parecem ter um faro bastante apurado para veterinários e estudantes, mas os donos foram-nos facilitando a vida, segurando-os o melhor que podiam.
Pontualmente, também existem campanhas de castração, em que uma pequena clínica é improvisada junto da população, de forma a garantir o controlo do número de animais. Percebemos que se não fossem estas campanhas, muitos donos nunca levariam os seus animais de estimação à clínica, e os problemas de doenças e reprodução descontrolada agravar-se-iam. Em menos de 4h, sob um sol escaldante, protegemos 48 cães e cadelas dos parasitas internos e externos. Muitos apresentavam sinais graves de sarna, carraças e pulgas.
Aproveitou-se também para dar um suplemento vitamínico, uma vez que a maior parte destes animais tem alimentação insuficiente ou desadequada. Depois de uma manhã cansativa, um almoço revigorante num restaurante senegalês (experimentámos thiéboudieune e yassa, dois pratos de arroz e carne, bem condimentados), acompanhado da indispensável Coca-Cola, e uma tarde de praia. Desta vez fomos de carro até às praias de S. Francisco, a cerca de 20 minutos da cidade. Finalmente estivemos numa praia que superou as nossas expectativas! A paisagem árida encontrava-se de repente com um mar de águas calmas, numa grande baía, com algumas palmeiras e areia escura. Até ao final da tarde relaxámos na praia quase deserta e aproveitámos a excelente temperatura da água.
Dia 8 – Sexta, 19
Em Cabo Verde, à Quinta-feira que antecede a Páscoa chamam “Quinta-feira Santa”, e à Sexta-feira, chamam “Sexta-feira Paixão”. É feriado. Tivemos um dia tranquilo, passado principalmente na praia Quebra Canela, mesmo no centro da cidade. À noite ainda houve tempo para ir ao Bar Kaku, na rua pedonal perto do apartamento. Este bar bem simpático fica num canto renovado da rua pedonal, tem mesas em madeira e música ao vivo. O ambiente é descontraído e cativa públicos de todas as nacionalidades e idades. Pudemos ouvir música tradicional cabo-verdiana, ou morabeza, a palavra que aqui usam para designar o que é tradicional de cada ilha (provavelmente equivalente a folclore, em Portugal). Uma senhora com uma voz espectacular era acompanhada de guitarras. Gostámos muito e provavelmente ainda vamos voltar!
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