Rui Vitória e a ‘pouca’ dimensão europeia do actual Benfica

Longe vai o tempo onde Luís Filipe Vieira dizia confiante que em Rui Vitória tinha «um treinador que assume a dimensão europeia do Benfica».

Rui Vitória e a 'pouca' dimensão europeia do actual Benfica

A derrota de ontem, dia 28 de novembro, frente ao Bayern de Munique de nada mais serviu do que confirmar o que já todos esperavam: o Benfica de Rui Vitória vai continuar a carreira europeia na Liga Europa.

Se na primeira época do treinador de Alverca à frente do clube encarnado a participação foi positiva, caindo nos quartos de final frente ao mesmo rival da noite de ontem com um resultado agregado de 3-2, a verdade é que no ano seguinte o Benfica foi eliminado nos oitavos frente ao Borussia Dortmund, tendo perdido por 4-0 na Alemanha após uma vitória caseira pela margem mínima. Nesse jogo na Luz, o guardião Ederson fez um dos melhores jogos ao serviço do clube da Luz, tendo inclusivamente defendido uma grande penalidade apontada por Pierre-Emerick Aubameyang e revelando-se decisivo no 1-0 final.

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A partir daí, a aura europeia do treinador de 48 anos esfumou-se e a classificação dos encarnados no ranking da UEFA tem vindo a cair, tendo atingido agora a pior classificação desde 2005/2006.

A frase de Luís Filipe Vieira, proferida em outubro de 2015, ecoa actualmente como algo que tem que ser analisado e comparado com as campanhas anteriores de Jorge Jesus ao comando do ‘Ferrari’ da Luz. «Fizemos esta mudança por convicção, sabendo o risco e que caminho não seria fácil, mas sabendo também que o nosso futuro deve passar por ai, o nosso trajecto na Champions revelou que estamos a dar passos seguros com um grupo unido e motivado e revelou um treinador que assume a dimensão europeia do Benfica, um treinador sem medo», referiu LFV então.

Quando Jesus chegou ao Benfica, no Verão de 2009, o clube estava no 23.º lugar do ranking da UEFA. Depois de algumas participações menos conseguidas na Champions e duas finais consecutivas da Liga Europa, ‘JJ’ abandonou a Luz deixando as águias no sexto lugar da lista dos melhores clubes europeus.

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A quase ausência de Vitória(s)

Agora, e somente numa época desportiva, os encarnados de Rui Vitória caíram nove lugares e foram ultrapassados por alguns clubes de menor expressão e dimensão europeia, como o Besiktas, Dinamo Kiev ou Zenit de São Petersburgo.

A dimensão europeia do Benfica, ou a falta dela, tem claras implicações desportivas mas também em termos económicos. Exceptuando os jogos de qualificação frente a Fenerbahçe e PAOK de Salónica, o clube da Luz saiu derrotado em 10 dos 12 jogos realizados, tendo empatado em casa frente ao Ajax e vencido sofregamente em Atenas, frente ao AEK.

Analisando as duas últimas duas participações europeias, o Benfica sofreu 25 golos nos últimos onze jogos na Liga dos Campeões, num rácio de 2,27 golos sofridos por jogo. Contabilizando os marcados, as águias têm seis golos marcados no mesmo número de jogos, o que equivale a 0,54 golos por partida.

Texto: Vítor Miguel Gonçalves | WIN

 

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