Líder da Hyundai diz que WRC “não pode estagnar” e deve criar “narrativa própria”

No dia em que começa o Rali de Portugal o francês Cyril Abiteboul, que dirige a equipa de ralis da Hyundai, defende que a modalidade “não pode estagnar” e tem de continuar “desenvolver o interesse do publico” tal como a Fórmula 1 conseguiu nos últimos anos.

Líder da Hyundai diz que WRC

“Não acho que se deva transformar o WRC (Campeonato do Mundo de ralis) em Fórmula 1, e até considero que se fizeram alguns erros num passado recente para tentar copiar a F1. Temos de encontrar a nossa própria narrativa. Não podemos continuar estagnados. É muito importante que se desenvolva o interesse do público”, disse o responsável da Hyundai, em declarações à agência Lusa.

O francês de 45 anos, que se estreia esta época como líder da Hyundai, depois de ter sido diretor da equipa de Fórmula 1 da Renault, entre 2014 e 2020, confessou que esse desafio de desenvolver a modalidade foi um dos fatores que o fizeram aceitar o projeto da marca sul-coreana.

“Tal como o fiz na Fórmula 1 adoraria ajudar este desporto para uma nova direção. O WRC tem de continuar a evoluir porque o seu potencial é enorme”, reiterou Cyril Abiteboul, nas vésperas do arranque da 56.ª edição do Rali de Portugal.

Questionado sobre as diferenças de dirigir uma equipa de Fórmula 1 e uma estrutura de rali, Abiteboul admitiu que a sua atual missão exige uma maior disponibilidade de tempo.

“A grande diferença diria que é o elemento do temporal. Nos fins de semana de corrida os dias são muito longos. Há muitas horas de trabalho, mas, em apenas um segundo, tudo pode ir numa direção muito má. É um desporto muito difícil, pois o mais pequeno erro pode ter consequências sérias”, analisou.

O diretor da equipa de rali da Hyundai reconheceu que nesta disciplina a atenção está “mais focada no piloto e não tanto na tecnologia”, mas que, ainda assim, a disciplina depende “de um grande trabalho da equipa”.

O francês mostrou-se, assim, muito motivado como este seu novo desafio, vincando que, “no fim do dia, tudo se resume em gerir e dar emoções às pessoas”.

“Somos uma equipa complexa, com administração sul-coreana, a direção de um francês, uma sede na Alemanha, mas só com 15% de trabalhadores alemães. Temos uma estrutura multicultural, e gosto muito de construir essas pontes entre diferentes pessoas e culturas para continuarmos a ter um staff competente”, acrescentou o diretor da Hyundai.

*** José Pedro Gomes, da agência Lusa ***

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By Impala News / Lusa

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