Ataque na Academia do Sporting: «Vamos matar-vos! Não ganhem no domingo que vão ver»

Procuradora do Ministério Público descreve os momentos de terror vividos pelos jogadores e a equipa técnica do Sporting

Um despacho do Ministério Público relata os 30 minutos de terror vividos por vários jogadores e elementos da equipa técnica do Sporting, na academia do clube, em Alcochete, na passada terça-feira, dia 15 de maio. O relato da procuradora é avançado pela Sábado.

«Vocês são uns filhos da puta, cabrões! Vocês são um monte de merda! Vamos-vos matar! Vocês estão fodidos! Vamos-vos arrebentar a boca toda! Não ganhem no Domingo que vocês vão ver», pode ler-se na referida descrição de ameaças proferidas nos balneários.

Num primeiro documento baseado em informações recolhidas pela GNR junto de testemunhas, imagens de câmaras de videovigilância e inspecções no local, está declarado que um grupo de 50 pessoas invadiu a Academia do Sporting com um plano previamente arquitectado.  O grupo de pessoas entrou «com o intuito de intimidar e causar receio», tal como, «molestar fisicamente» jogadores e staff do clube dos leões. A organização do ataque terá sido pensada e partilhada através de mensagens do WhatsApp.

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Após os «adeptos» terem entrado nas instalações, o grupo foi em direcção de Jorge JesusPaulo Cinturão e João Duarte com «vários artefactos pirotécnicos» e tochas. Os três elementos da equipa técnica terão tentado proteger-se e refugiar-se no balneário da equipa principal. Uma das tochas que estava a arder chegou a deflagrar um pequeno incêndio em relva seca.

De seguida, o grupo terá forçado jogadores e outros membros de staff a entrarem nos balneários, onde já se encontrava Jorge Jesus e os outros dois profissionais dos verdes e brancos. As saídas do local foram bloqueadas. Com as tochas, o grupo começou por «amedrontar e intimidar» os reféns, refere a procuradora do Ministério Público. Uma das tochas terá provocado queimaduras na zona abdominal e num dos braços de Mário Pinto Monteiro, treinador adjunto do Sporting.

Cercados, sem fuga possível, foi neste momento que os «adeptos» começaram as agressões físicas: «Os arguidos atingiram fisicamente o jogador Bas Dost, atingindo-o com um cinto na cabeça e com pontapés em diversas partes do seu corpo». Jorge Jesus também foi agredido «com um cinto na zona da face» e pontapeado «em diversas partes do seu corpo».

William Carvalho, Acuna, Battaglia, Fredy Montero, Misic, Rui Patrício, Petrovic, Mário Pinto, o enfermeiro Carlos Mota e o fisioterapeuta Ludovico Marques foram agredidos a soco e pontapé.

Agressões, ameaças e fogo posto, foram algumas das acções levadas a cabo por cerca de 50 «adeptos» que protagonizaram o ataque que chocou Portugal. Da meia centena de criminosos, 23 foram identificados e detidos pela GNR. Durante o dia desta quinta-feira, dia 17 maio, vão ser realizados interrogatórios aos suspeitos no Tribunal do Barreiro e vão ser conhecidas as eventuais medidas de coação impostas nos alegados criminosos.

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