Estudo conclui que hospitais do Norte foram os mais eficientes na primeira fase da pandemia

Os hospitais públicos do Norte do país foram os mais eficientes nos primeiros meses de combate à pandemia da covid-19, concluiu um estudo que envolveu 37 unidades.

Estudo conclui que hospitais do Norte foram os mais eficientes na primeira fase da pandemia

Os hospitais públicos do Norte do país foram os mais eficientes nos primeiros meses de combate à pandemia da covid-19, concluiu um estudo que envolveu 37 unidades.

Segundo as conclusões, a que a agência Lusa teve acesso, “os hospitais do grande Porto são os que apresentam maior capacidade de prestação de serviços e os que tiram melhor partido dos seus recursos”.

“A generalidade dos hospitais apresentou em 2020 índices negativos de produtividade e de evolução tecnológica face a 2019, evidenciando o impacto maciço que a pandemia teve no seu desempenho”, sintetiza a Coimbra Business School.

A investigação demonstrou que 21 hospitais públicos foram eficientes em Portugal no ano de 2019, mas apenas 17 atingiram o mesmo estatuto em 2020.

“Mesmo assim, e apesar dos impactos da covid-19, alguns hospitais só se tornaram eficientes em 2020”, esclarece Maria do Castelo Gouveia, uma das autoras do estudo.

O Hospital Espírito Santo de Évora e do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila Conde foram os únicos que viram aumentar os seus níveis de eficiência durante 2020.

“A generalidade dos hospitais apresentou em 2020 índices negativos de produtividade e de evolução tecnológica face a 2019, evidenciando o impacto maciço que a pandemia teve no seu desempenho”, salienta a CBS.

A investigação avaliou o impacto da pandemia da covid-19 na eficiência de 37 hospitais EPE [entidade pública empresarial], entre janeiro de 2019 e novembro 2020, recorrendo aos dados disponibilizados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Carla Henriques e Maria do Castelo Gouveia, professoras na CBS e autoras da investigação, basearam-se no número de médicos, enfermeiros e pessoal operacional em cada unidade de saúde, no número de camas, consultas externas, altas e urgências para identificar os fatores que levaram à evolução dos níveis de eficiência de cada hospital.

Os dados apresentados no estudo demonstram que todos os hospitais do país tiveram um aumento de recursos – humanos e logísticos – mas que foram os do Norte os que melhor souberam aproveitá-los.

“Com a contratação de mais mão-de-obra qualificada, os hospitais do Norte do país conseguiram prestar mais serviços, nomeadamente na condução de consultas externas, urgências e altas hospitalares”, afirma Carla Henriques, salientando que “aumentar as altas clínicas nem sempre é equivalente a uma melhor performance”, pois, em alguns hospitais, “esta situação pode ter servido apenas para libertar recursos”.

No estudo sobre a eficiência dos hospitais, o Algarve passou do segundo lugar, em 2019, para o primeiro lugar em 2020.

O Hospital de São João, no Porto, que se classificou em oitavo lugar em 2019, subiu para o segundo em 2020.

O terceiro posto do ‘ranking’ manteve-se no Centro Hospitalar e Universitário do Porto.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra caiu do primeiro lugar em 2019 para a quarta posição em 2020.

Já o Centro Hospitalar de Leiria passou do 18.º posto em 2019 para o quinto lugar em 2020.

O Centro Hospitalar de Lisboa Norte, onde se inclui o Hospital de Santa Maria, desceu da 9.ª posição em 2019 para a 28.ª em 2020, sendo o hospital que mais caiu no ‘ranking’.

Os Centros Hospitalares de Lisboa Ocidental e de Lisboa Central (onde se insere o Hospital de São José) ocupam as últimas posições na tabela, em ambos os anos [2019 e 2020], precedidos pelo Garcia de Orta, em Almada, e pelo Centro Hospitalar de Setúbal.

À exceção do Hospital Espírito Santo de Évora e do Hospital Santa Maria Maior, de Barcelos, a grande generalidade das unidades hospitalares apresentou níveis negativos de produtividade já que, “com o aparecimento da pandemia, a redução de atividades como consultas externas, não urgentes e ambulatório provocou uma subutilização de recursos e, consequentemente, o equivalente a um retrocesso tecnológico”, concluiu Carla Henriques.

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